A Ucrânia aprovou nesta quinta-feira (23) uma lei para frear a influência dos empresários mais poderosos do país, um dia depois da tentativa de assassinato de um conselheiro presidencial que, segundo as autoridades, poderia estar vinculada à luta contra esses oligarcas.

A nova legislação pretende “prevenir os riscos para a segurança nacional vinculados à influência excessiva” dos “oligarcas”, segundo o texto publicado no website oficial do Parlamento ucraniano.

O presidente Volodymyr Zelensky anunciou este ano uma campanha contra o poder exercido nas sombras pelos maiores empresários do país, acusados de explorar sem escrúpulos a economia da ex-república soviética e de comprar o apoio de meios de comunicação e políticos.

A lei estabelece que as pessoas identificadas como “oligarcas” pelo Conselho de Segurança Nacional estarão proibidas de financiar partidos políticos e de participar nos processos de privatização de grandes empresas.

Segundo o ministro da Justiça ucraniano, o texto está dirigido para um grupo de ucranianos cuja fortuna é estimada em mais de 1 bilhão de dólares. Entre eles está o homem mais rico do país, Rinat Akhmetov, além do bilionário e ex-governador da província de Dnipropetrovsk, Igor Kolomoisky, e do ex-presidente Petro Poroshenko.

A aprovação da lei acontece no dia seguinte a um ataque com armas automáticas contra o automóvel do assessor e amigo de longa data de Zelensky, Sergei Shefir, perto de Kiev. O conselheiro presidencial saiu ileso do incidente, mas seu motorista acabou ferido. A polícia informou que considera a motivação política como principal hipótese do ataque.