A Uber foi condenada a pagar US$ 1,1 milhão (R$ 6,2 milhões no câmbio de ontem, 05) a uma mulher cega após quatorze motoristas se recusarem a transportá-la com seu cão-guia nos Estados Unidos. A empresa já havia sido processada por discriminar pessoas com cegueira em 2014.

Em entrevista ao The San Francisco Chronicle, Lisa Irving afirmou que já perdeu dias de trabalho, Natal, aniversários e cultos por causa das recusas. A passageira também já foi deixada na chuva e em locais escuros e perigosos.

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Em uma de suas corridas, o motorista concordou em levar Bernie, cão-guia de Lisa. Mas, durante o trajeto, o homem ficou irritado com a presença do animal e ameaçou deixá-la ao lado de uma rodovia movimentada. Ela ressalta que o cachorro sempre foi bem limpo, comportado e quieto.

Mesmo quando Lisa explicava que a Lei dos Americanos com Deficiências autorizava seu animal de serviço a acompanhá-la, alguns motoristas recusavam a corrida. Em 2017, a Federação Nacional de Cegos processou a Uber para garantir que os motoristas soubessem que eram obrigados a prestar serviços iguais para pessoas com deficiência.

Ao jornal, a Uber disse que proíbe a discriminação e que seus motoristas concordam em transportar animais de serviço e cumprir as leis de acessibilidade ao se inscreverem. A empresa afirmou ainda que eles recebem notificações no aplicativo e lembretes trimestrais sobre suas políticas.