A Uber irá encorajar mulheres motoristas a transportarem passageiras na Arábia Saudita, anunciou a companhia nesta semana, após meses de estudos e análises. O serviço Women Preferred View será lançado nas próximas semanas depois que uma pesquisa apontou que a maioria das potenciais motoristas só estava interessada em dirigir para outras mulheres.

A Arábia Saudita revogou a proibição de mulheres ao volante em junho do ano passado em um movimento histórico contra a opressão do sexo feminino no país, mas ainda não aceita a integração de sexos opostos em eventos públicos.

“Esse recurso recém-lançado abrirá novas portas e oportunidades para as mulheres como parceiras da Uber, enquanto estão conscientes das normas culturais locais”, disse Abdellatif Waked, gerente geral da Uber Oriente Médio e Norte da África, em entrevista à CNN.

A Uber adquiriu a Careem, principal aplicativo de transporte executivo do Oriente Médio, no fim do mês passado em uma transação de US$ 3,1 bilhões (R$ 12 bilhões). A empresa, com atuação em 15 países e 120 cidades, continuará usando a própria marca, mas agora sob o comando da companhia norte-americana. A Careem foi fundada em 2012 e, algo raro nos países islâmicos, emprega mulheres como motoristas. Na Arábia Saudita, elas são 80% do total de motoristas.

Apesar do avanço, a Uber afirmou que não planeja expandir o Women Preferred View para os outros países da região.

“O serviço foi projetado especificamente para a Arábia Saudita com base em uma extensa pesquisa feita para entender as necessidades das mulheres em um país passando por uma transformação cultural significativa”, disse Shaden Abdellatif, porta-voz do Uber para o Oriente Médio.