O Twitter anunciou nesta sexta-feira (8) que suspendeu permanentemente a conta do presidente Donald Trump, citando o risco de mais violência, após o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por seus partidários.

“Após uma análise detalhada dos tuítes recentes da conta @realDonaldTrump, suspendemos permanentemente a mesma devido ao risco de mais incitação à violência”, declarou o Twitter.

A plataforma favorita de Trump bloqueou a conta do presidente por 12 horas após o ataque de partidários ao Capitólio dos Estados Unidos na quarta-feira e o ameaçou com uma suspensão permanente se ele continuasse a infringir as regras.

Trump voltou ao Twitter na noite desta quinta-feira, postando uma mensagem de vídeo que parecia destinada a acalmar as tensões, após a confusão causada por seus apoiadores.

O republicano reconheceu que sua presidência está terminando e prometeu uma transição suave a Joe Biden, embora não tenha chegado a parabenizar ou mesmo citar o nome de seu sucessor.

O Twitter alertou que continuava monitorando as atividades de Trump nas redes sociais para determinar se ações adicionais eram necessárias.

A decisão de suspender a conta de Trump veio depois de dois tuítes publicados nesta sexta-feira, de acordo com a plataforma de mensagens.

Em um dos tuítes, Trump prometeu que nenhum de seus apoiadores seria “desrespeitado”, e em outro disse que não compareceria à posse de Biden em 20 de janeiro, indo contra uma tradição da democracia americana.

“Esses dois tuítes devem ser lidos no contexto de eventos mais amplos no país e nas formas pelas quais as declarações do presidente podem ser mobilizadas por diferentes públicos, inclusive para incitar à violência, bem como no contexto do padrão de comportamento dessa conta nas últimas semanas”, explicou o Twitter.

A empresa determinou que os tuítes violaram a “Política de Glorificação da Violência” e que “o usuário @realDonaldTrump deve ser imediatamente suspenso do serviço de forma permanente”.

O Twitter confirmou que centenas de funcionários assinaram uma carta enviada ao diretor executivo da plataforma, Jack Dorsey, afirmando terem ficado incomodados com a “insurreição” realizada por partidários de Trump que haviam se reunido em Washington a pedido do presidente.

Os funcionários pediram ao Twitter que avaliasse o papel que a plataforma desempenhou nos ataques ao Capitólio de quarta-feira.

“O Twitter incentiva um diálogo aberto entre nossa liderança e funcionários, e damos as boas-vindas aos nossos funcionários para expressarem seus pensamentos e preocupações da maneira que acharem melhor para eles”, disse um porta-voz da empresa sobre a carta.