Na semana passada, o Twitter, que tem estado no centro das atenções desde que aceitou a proposta de compra de Elon Musk, apresentou os seus resultados financeiros relativos aos primeiros três meses de 2022. Entre receitas, lucros e despesas, a rede social admitiu que inflacionou inadvertidamente o seu número de usuários nos últimos três anos.

O Twitter explicou que em março de 2019 lançou uma funcionalidade que dava aos usuários que tinham múltiplas contas a possibilidade de as juntarem todas na interface da plataforma, permitindo “saltar” entre elas mais facilmente.

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Embora as várias contas pertencessem a uma única pessoa, continuavam a ser registadas como usuários separados, numa métrica a que o Twitter chama “monetizable daily active users” (mDAUs).

Os mDAUs são uma métrica concebida pelo Twitter em 2019 que representa o número de usuários que acederam à plataforma, através do seu website e aplicativos, e que visualizaram anúncios.

Perante o erro, a empresa reviu os cálculos realizados ao longo dos últimos trimestres, apresentando uma versão atualizada do número de mDAUs. Os dados atualizados revelam que a diferença ronda entre 1,4 a 1,9 milhões de usuários, dependendo dos trimestres.

Apesar dos ajustes, a rede social terminou o primeiro trimestre de 2022 com 229 milhões de usuários, numa subida de 15,9% em relação ao ano passado. Ao todo, a empresa fechou os três primeiros meses deste ano com receitas na ordem dos 1,2 mil milhões de dólares, mais 16% do que no período homólogo em 2021.

Recorde-se que, no início da semana passada, o Twitter anunciou que aceitou a proposta de compra de Elon Musk no valor de 44 mil milhões de dólares. O CEO da Tesla e da SpaceX ofereceu inicialmente 43 mil milhões de dólares pela empresa, dizendo depois de que dispunha de 46,5 mil milhões de dólares para financiar a operação de compra.

O milionário já tinha comprado uma participação na empresa, tornando-se o maior acionista, e até recusado fazer parte da comissão executiva do Twitter, mas depois decidiu que isso não era suficiente e avançou com uma proposta de aquisição que “agitou as águas” e gerou desconforto dentro da empresa, que, na altura, disse estar a analisar antes de avançar com uma “pilula envenenada” que tinha o objetivo de bloquear a oferta pública de aquisição.