Por Daniel Wiessner

(Reuters) – O Twitter está se recusando a arbitrar reivindicações legais de centenas de ex-funcionários que não podem produzir cópias de contratos de trabalho que assinaram, de acordo com um processo judicial.

Shannon Liss-Riordan, advogada de mais de mil pessoas que foram afastadas ou demitidas pela companhia no ano passado, disse que pode ser forçada a levar centenas de ações ao tribunal apenas para que o Twitter produza cópias dos acordos quando for enviá-los à arbitragem.

Liss-Riordan e o Twitter apresentaram um processo conjunto no tribunal federal de São Francisco na quinta-feira para atualizar o tribunal antes da audiência marcada para 9 de fevereiro.

Os trabalhadores alegam que o Twitter se recusou a pagar a indenização prometida ou avisá-los com antecedência sobre demissões em massa exigidas por lei, o que a empresa nega.

Liss-Riordan disse nesta sexta-feira que provavelmente o Twitter está tentando atrasar os casos, na esperança que alguns trabalhadores desistam de suas reivindicações.

“Este é apenas um jogo estúpido que o Twitter está tentando jogar”, disse ela. “Ninguém está desistindo.”

O Twitter não respondeu a um pedido de comentário. No processo de quinta-feira, os advogados da empresa acusaram Liss-Riordan de tentar abreviar o processo de arbitragem ao não apresentar todos os acordos.

“Parece óbvio que a advogada dos requerentes se apressou em enviar mais de mil demandas incompletas e insuficientes para arbitragem com o único propósito de alavancar grandes taxas iniciais de gerenciamento de casos contra o Twitter”, afirmaram.

A empresa também disse que não é obrigada a indenizar os funcionários e que o pagamento dado aos que estavam saindo “foi generoso com base nas circunstâncias financeiras do Twitter”.

As chamadas arbitragens em massa, em que centenas ou milhares de pessoas fazem reivindicações individuais similares, podem custar às empresas milhões de dólares apenas em taxas. Os advogados dos queixosos têm usado cada vez mais a tática para se opor a empresas que exigem que funcionários ou clientes assinem acordos de arbitragem.

Liss-Riordan entrou com três outros processos contra o Twitter decorrentes das demissões, incluindo alegações de que a empresa visava funcionárias e forçava a saída de trabalhadores com deficiência. A empresa atuou para rejeitar essas alegações.

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