O Twitter anunciou nesta sexta-feira, horário de Hong Kong, o encerramento de dezenas de milhares de contas chinesas, russas e turcas “vinculadas ao Estado” e usadas para propaganda e desinformação.

A rede social informou ter desativado um “núcleo” de 23.750 contas vinculadas à China retransmitido por outras 150 mil contas, que serviam como “amplificadores”. Também foram encerradas 7.340 contas vinculadas à Turquia e 1.152, à Rússia. O conteúdo de todas elas foi armazenado em uma base de dados para investigação científica, assinalou a empresa.

A rede de contas chinesas foi descoberta mediante ferramentas instaladas em agosto passado para apagar as contas vinculadas a Pequim durante os protestos em Hong Kong. A rede publicou tuítes, principalmente em chinês e provavelmente destinados à diáspora, “divulgando teorias geopolíticas favoráveis ao Partido Comunista Chinês e, ao mesmo tempo, apoiando teorias enganosas sobre a dinâmica política em Hong Kong”, explicou a rede social em nota de análise.

Estas milhares de contas também serviram para promover as opiniões de Pequim sobre a luta contra o novo coronavírus e os protestos contra o racismo nos Estados Unidos, apontou o grupo de especialistas australiano Aspi, que analisou o fluxo de mensagens.

“Apesar de o Partido Comunista Chinês não permitir que os cidadãos do país acessem o Twitter, nossa análise mostra que o mesmo não hesita em usar a rede social para divulgar propaganda e desinformação internacionalmente”, aponta o membro do Aspi Fergus Hanson.

Sobre a rede de contas turcas, detectada no começo de 2020, a mesma foi dedicada, principalmente, à promoção do presidente Recep Tayyip Erdogan e do partido governante, segundo o Twitter.