No livro Eu, Robô (que depois virou filme), Isaac Asimov apresentou um mundo onde robôs permeavam todos os aspectos da vida humana, desde assistentes pessoais, passando por catadores de lixo até passeadores de cachorro. Com o avanço da tecnologia, o cenário imaginado pelo pai da ficção científica começa a ficar cada vez mais real, e agora podemos ter âncoras de TV 100% feitos via computação.

Quem está na vanguarda disto é a emissora estatal chinesa Xinhua, que divulgou nesta quarta-feira (8) o primeiro âncora criado através de inteligência artificial e que irá apresentar o noticiário do canal. O realismo da figura impressiona, e pode ser explicada pelo fato da emissora ter usado âncora real para criar a imagem digital. Ele poderá ler qualquer texto que for colocado no sistema do canal com uma voz criada através de uma grande base de dados de falas de outros âncoras.

A tecnologia, apresentada World Internet Conference que aconteceu na China, foi criada em uma parceria entre a Xinhua e o buscador chinês Sogou. O âncora terá uma versão inglesa e outra chinesa, e é considerado como um jornalista do canal, além de “trabalhar” 24hs por dia.

A Xinhua não divulgou detalhes da tecnologia usada. Apesar disto, os vídeos de divulgação lembram vídeos de “deep fake”, uma modalidade de fraude de internet onde peritos no assunto conseguem manipular vídeos para colocar rostos em outros corpos. Eles analisam os milhares de frames de uma gravação e conseguem assim manipular a imagem em movimentos para que pareça real.

Os casos mais comuns do uso desta tecnologia foram usados para criar pornografia falsa com imagens de famosas. Recentemente o departamento de defesa dos Estados Unidos declarou estar buscando soluções para combater os deep fakes.