O setor de turismo fechou em junho com saldo negativo de 7.743 vagas, mantendo a tendência do mês anterior, informou a Confederação Nacional das Indústrias (CNC) nesta terça-feira, 31. Em dois meses, setor acumula a perda de 16,5 mil empregos, agravando o resultado do primeiro semestre do ano, que fechou com saldo negativo de 11.689 vagas, abaixo no entanto do mesmo período do ano passado, quando foram fechadas 13.061 vagas.

De janeiro a junho de 2018, apesar do resultado negativo (-11.689), o emprego foi puxado pela movimentação do mercado de trabalho de São Paulo (7.656). Em contraposição, o Rio de Janeiro foi o Estado que mais cortou oportunidades de trabalho (-6.968). Mesmo fenômeno se repetiu em 12 meses, quando se compara junho/18 com junho/17. São Paulo foi o local onde o nível de emprego mais avançou; enquanto as empresas turísticas localizadas no Rio de Janeiro foram as mais afetadas pela queda das vendas.

“Em 12 meses, verifica-se uma situação favorável, ainda na esteira do crescimento da economia no ano passado e no primeiro trimestre deste ano”, afirma a CNC.

Dado mensal

São Paulo foi o Estado onde o nível de emprego mais avançou no setor de turismo em junho, com mais 10.681 vagas contra junho de 2017, puxadas pela movimentação no mercado de trabalho. Já o Rio foi o que mais cortou vagas de trabalho no mês passado: 12.272 pessoas.

“Em face das demissões, a recuperação das atividades turísticas demandará tempo e esforço, pois o ritmo da retomada do crescimento da economia brasileira encontra-se lento, em um cenário de incertezas políticas”, explica a CNC em nota.

A entidade observa que o consumidor nacional revelou-se cauteloso, em virtude da baixa confiança com relação à economia, e, no curto prazo, vai depender do otimismo do consumidor em relação ao mercado de trabalho, à estabilidade de preços e à folga para gastos no orçamento familiar.

O estudo da CNC apontou ainda que o desemprego em junho se disseminou, atingindo todas as regiões do País, com destaques para Sul (-2.049) e Sudeste (-3.853). Nos sete Estados que compõem as duas áreas, o Espírito Santo foi a exceção, onde o emprego cresceu com pouca expressão (10 pessoas). Em junho, poucos Estados registraram superávit na conta emprego no turismo: Amazonas (152), Maranhão (53), Mato Grosso (33) e Goiás (67). O Ceará ficou em primeiro lugar, com mais 479 vagas. Segundo a CNC, o impulso nesses Estados se deve a fatores como clima, condições naturais e efeitos benéficos de investimentos, tanto privado quanto público.

A produção de emprego no turismo foi pouco significativa. Agentes de viagens (71) e cultura e lazer (49), assim como locadoras de veículos (33) e empresas aéreas de transporte de passageiros (305) e ferrovias (111), foram os segmentos que mais empregaram. Contrariamente, hospedagem e alimentação impulsionaram o desemprego (-6.269).