Um artigo publicado recentemente na revista Science enterra a tese de “pureza racial”, comum a diversos movimentos nacionalistas e xenofóbicos. A reportagem utiliza estudos de diversas universidades para mostrar que novos métodos de análise de DNA estão expondo as profundas miscigenações sofridas pelos seres humanos. Nenhum povo pode dizer que é “puro”. Os primeiros europeus, por exemplo, tiveram origem na África e no Oriente Médio, há cerca de 40 mil anos. Os alemães, que, na época do nazismo, tentaram provar a superioridade da “raça ariana”, na verdade, não possuem herança genética a proteger. Como a maioria dos povos, inclusive os indígenas, eles são o resultado de frequentes migrações ocorridas nos últimos 15 mil anos. O mais próximo que se chega de uma pureza genética, curiosamente, é o caso dos aborígenes australianos. Provou-se o que já é sabido: no fundo, somos todos iguais.

(Nota publicada na Edição 1023 da Revista Dinheiro)