Se fosse necessária mais alguma prova das vastas maravilhas inexploradas do fundo do mar, essa seria a conta: pesquisadores na Nova Zelândia descobriram três novas espécies de tubarões que brilham no escuro.

O estudo, publicado na revista Frontiers in Marine Science, explica como o tubarão foi encontrado durante uma pesquisa em uma área oceânica na costa leste da Nova Zelândia, em janeiro de 2020.

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Entre os três tubarões brilhantes, o tubarão-pipa é agora a maior criatura subaquática luminosa conhecida. O tubarão é geralmente encontrado nadando 300 metros abaixo do nível do mar e ataca tubarões menores, peixes terrestres e crustáceos.

Embora a emissão de luz tenha sido documentada antes em uma variedade de vida aquática, incluindo águas-vivas e lulas, a descoberta é a primeira vez que os cientistas conseguiram encontrar provas de bioluminescência em tubarões.

O estudo se refere à kitefin como um “tubarão gigante luminoso” que pode crescer até 1,8 metros de comprimento. Mas isso está muito aquém do tubarão-branco de 7 metros apresentado em “Tubarão”, de Steven Spielberg.

As três novas espécies de tubarão vivem no que costuma ser chamado de “zona crepuscular” do oceano, variando entre 200 e 1000 metros abaixo do nível do mar, além da qual a luz solar não penetra e é muito fraca para iniciar a fotossíntese.

Enfrentando um ambiente sem lugar para se esconder, os tubarões aparecem iluminados contra a superfície brilhante da água, levando os pesquisadores a sugerir que os tubarões precisam da camuflagem azul brilhante para afastar predadores em potencial e capturar suas presas para a sobrevivência.

Mais pesquisas são necessárias para descobrir por que o tubarão-kitefin é luminescente, já que a espécie tem poucos ou nenhum predador, ao contrário das outras duas espécies registradas, disse o estudo. Os cientistas especulam que o lento tubarão usa seu brilho natural para iluminar o fundo do oceano enquanto caça por comida ou para se disfarçar enquanto se aproxima de uma presa.