Passado o primeiro turno para as eleições para prefeito e vereadores, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disse nesta quinta-feira (19) que contas foram canceladas no WhatsApp por suspeita de disparo em massa no aplicativo. Além disso, o ataque de hackers ao tribunal pode ter acessado dados também de 2020 e não só de anos anteriores.

De acordo com o tribunal, a rede social fez o banimento de mais de 1.000 contas reportadas na plataforma de denúncias conjunta por suspeitas de disparos de mensagens em massa no aplicativo. A plataforma de denúncias é uma das iniciativas da parceria estabelecida entre o TSE e o WhatsApp para combater a viralidade e as notícias falsas nas Eleições 2020.

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Entre os dias 27 de setembro e 15 de novembro, primeiro turno das eleições, o canal com o TSE recebeu 4.759 denúncias, porém 129 foram desconsideradas por não estarem relacionadas às eleições. Ao todo, 4.630 casos foram enviados ao WhatsApp para verificação.

Das 3.236 contas válidas identificadas, 1.004 foram banidas por violação dos termos de serviço do aplicativo, número que corresponde a mais de 31% das contas válidas enviadas pelo TSE. Dentre as contas banidas, mais de 63% já tinham sido bloqueadas de forma proativa e automática pelo sistema de integridade do WhatsApp, antes mesmo de serem reportadas.

Ataque cibernético

O ataque cibernético sofrido pelo TSE pode ter alcançado também dados de 2002, segundo do O Globo. A princípio, acreditava-se que apenas dados antigos, entre 2001 e 2010 tinham sido acessados. No entanto, agora já se fala que entre as informações vazadas teriam dados de funcionários referentes a este ano.

A PF apura se há uma ação coordenada para desacreditar o processo eleitoral brasileiro. O primeiro ataque, que ocorreu antes do dia 23 de outubro, partiu de Portugal. No domingo, dia do primeiro turno, houve mais uma tentativa de ataque para derrubar o site do TSE. O ataque teve origem no Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia.

Em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (16), o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, reclamou da atuação de milícias digitais. De acordo com O Globo, elas seriam formada por grupos extremistas, que tentam desacreditar a alteração, pedem a volta da ditadura e muitos são, inclusive, investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).