Donald Trump votou antecipadamente na manhã deste sábado (24) em um centro eleitoral de West Palm Beach, na Flórida, no início de outro dia de campanha cheio, antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos em 3 de novembro.

O presidente americano, que disputa sua reeleição com o democrata Joe Biden, compareceu a uma biblioteca habilitada a votar perto de sua propriedade Mar-a-Lago, no estado para onde se mudou da sua cidade-natal Nova York.

“Votei em um cara chamado Trump”, disse sorridente ao sair.

Quase 55 milhões de americanos já emitiram seu voto antecipado, em uma eleição imersa na pandemia de coronavírus.

Ao votar, Trump usou uma máscara, algo que raramente costuma fazer, minimizando o vírus desde o início da crise de saúde e tendo inclusive se infectado com ele.

“Foi uma votação muito segura. Muito mais segura do que enviar correspondência, posso te dizer isso”, disse Trump, que insiste, sem evidências, que a votação por correspondência conduz à fraude.

“Tudo foi perfeito, muito estrito, de acordo com as regras. Quando você envia sua correspondência, nunca será tão seguro quanto isso”, acrescentou o presidente, que faz um grande esforço de última hora para alcançar Biden na reta final da disputa eleitoral.

Dezenas de simpatizantes se reuniram neste sábado de manhã para apoiá-lo na Flórida.

Sua agenda de hoje inclui atos de campanha na Carolina do Norte, Ohio e Wisconsin – todos estados-chave para chegar à presidência.

“Vocês estarão muito ocupados hoje, porque vamos trabalhar duro”, disse Trump aos jornalistas que o acompanham na cobertura da campanha.

O atual presidente dos EUA tem prometido acelerar ainda mais o ritmo de sua campanha, com cinco reuniões por dia. “Como podemos fazer cinco por dia? Quem pode fazer cinco por dia? Acreditam que Joe Biden pode fazer cinco ao dia? Eu não acredito”, disse aos jornalistas na sexta-feira a bordo do avião presidencial, o Air Force One.

– Obama e Sanders, em campanha –

O candidato democrata, de 77 anos, é frequentemente provocado pelo magnata republicano, devido ao seu ritmo de campanha muito mais calmo e em relação às recomendações de saúde que o tem afastado das multidões.

Neste sábado, terá apenas uma viagem à sua terra-natal, a Pensilvânia, cuja a votação será particularmente uma das mais aguardadas em novembro, depois da surpreendente vitória de Trump em 2016, a primeira de um candidato republicano desde 1988 no estado.

Mas o ex-vice-presidente de Barack Obama contará com o apoio do ex-líder, mesmo que seja muito popular entre os democratas, que celebrará uma reunião em formato “drive-in” (dentro dos veículos) na Flórida, outro estado-chave que venceu por duas vezes, em 2008 e 2012.

Outra figura democrata, o senador Bernie Sanders, ex-adversário de Biden nas primárias e também muito popular entre a ala esquerda do partido, estará fazendo campanha na Pensilvânia.

Apesar das pesquisas, que dão a Biden uma média de 8 pontos percentuais a mais que o rival em nível nacional, Trump continua otimista e parece acreditar em sua recuperação na Flórida, um dos estados que definirá a eleição de novembro.

“Não chegamos tarde, estamos na frente. Estamos na frente onde estávamos há quase quatro anos e a onda também será maior que há quatro anos”, disse Trump na noite de sexta-feira.

O coronavírus, que causou mais de 220.000 mortes no país, segue representando uma ameaça crescente, com um recorde de contágios em 24 horas na sexta-feira, com mais de 83 mil novos casos detectados.

Em um comunicado neste sábado, Biden voltou a responsabilizar o atual morador da Casa Branca: “O presidente Trump sabia da gravidade deste vírus e não disse a verdade ao povo americano”, escreveu, e ainda afirmou que Trump “não está disposto e é incapaz de fazer um trabalho duro para controlá-lo”.