O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializará nesta terça-feira (24) o tradicional indulto anual a um peru – que se livrará de acabar na mesa do jantar de Ação de Graças na quinta-feira -, no que pode ser o primeiro de vários perdões por vir.

Esse estranho ritual presidencial que antecede o feriado nacional de quinta, quando mais de 45 milhões de perus serão consumidos em todo o país, tem suas origens várias décadas atrás.

Normalmente de caráter alegre, o “perdão” deste ano chega, porém, em meio à recusa sem precedentes de Trump em aceitar sua derrota na eleição presidencial vencida pelo democrata Joe Biden.

Nesta terça-feira, o presidente retuitou uma foto dele com olhar desafiador sobre a mesa do Salão Oval com a legenda “Não concedo NADA!!!!!”

O evento realizado no Roseiral da Casa Branca marcará uma das poucas aparições de Trump em uma cerimônia oficial desde sua derrota em 3 de novembro. Suas partidas de golfe têm sido mais frequentes do que seus eventos públicos, enquanto ele passa a maior parte do tempo tentando reverter os resultados eleitorais, sem sucesso.

Compartilhando os holofotes com o presidente estarão dois grandes perus brancos chamados Corn (Milho) e Cob (Espiga).

A Casa Branca fez uma pesquisa no Twitter para determinar quem deve receber o perdão presidencial, ainda que na realidade ambos serão enviados para se aposentar no “Gobbler’s Rest”, na universidade Virginia Tech.

Trump não responde a perguntas de jornalistas desde sua derrota e tampouco deve fazê-lo nesta terça.

Mas o presidente em fim de mandato será observado de perto em busca de sinais de outros planos de perdão mais sérios que podem surgir antes de ele sair do cargo em 20 de janeiro. Muitos líderes prestes a deixar o poder intensificam o uso do perdão presidencial enquanto fazem as malas na Casa Branca.

Tratam-se muitas vezes de demonstrações pouco controversas de misericórdia ou tentativas de promover a reconciliação nacional, como as anistias concedidas pelos presidentes Gerald Ford e Jimmy Carter para americanos que descumpriram o serviço militar obrigatório da Guerra do Vietnã.

Antes de deixar Washington, espera-se que Trump estenda seus indultos aos presos que receberam sentenças muito duras de prisão por crimes relativamente menores relacionados às drogas desde os anos 1990.

No entanto, o presidente republicano também cogitou opções mais polêmicas, como conceder perdão a amigos ou mesmo a pessoas já condenadas por crimes relacionados ao seu governo.