Os democratas comemoraram sua vitória em dois estados cruciais nas eleições regionais, consideradas um termômetro para a disputa presidencial americana em 2020, enquanto os republicanos mantiveram o governo do Mississippi, um tradicional reduto conservador.

Com a apertada vitória do democrata Andy Beshear sobre o governador Matt Bevin no Kentucky, um estado tradicionalmente republicano, acendeu-se um alerta vermelho para o presidente Donald Trump. O magnata nova-iorquino esteve muito envolvido na campanha.

Beshear, cujo pai foi o último governador democrata deste estado, já se proclamou vencedor, mas Bevin ainda não jogou a toalha.

“Esta é uma corrida muito, muito apertada. Não vamos conceder a vitória de jeito nenhum”, declarou o atual governador.

Se o resultado se confirmar no Kentucky, estado em que Trump superou a rival democrata Hillary Clinton por 30 pontos em 2016, será uma forte mensagem para 2020.

O presidente reagiu no Twitter e escreveu que Bevin “ganhou pelo menos 15 pontos nos últimos dias. Mas pode não ser suficiente (e a mídia falsa vai culpar Trump)”.

O democrata foi impulsionado por uma grande mobilização nas áreas mais ricas das grandes cidades, uma dinâmica que pode ser crucial para as eleições presidenciais de novembro do ano que vem.

Em um país muito dividido, estas eleições regionais eram muito aguardadas e consideradas um teste sobre a popularidade de Trump, o quarto presidente da história americana ameaçado por um processo de impeachment.

Ironizando o alvoroço dos meios de comunicação, o presidente fez um apelo a seus eleitores, na segunda-feira (4), para que comparecessem às urnas em Kentucky com palavras quase premonitórias.

“Se perdermos, isto enviaria uma mensagem muito ruim (…) Não podem deixar que isto aconteça comigo”, disse ele a 20 mil seguidores no estado conservador.

Um dia depois, o candidato democrata conseguiu a vitória e superou o atual governo republicano.

Os democratas também retomaram o controle – pela primeira vez em 25 anos – das duas câmaras da Assembleia da Virgínia, de acordo com projeções da imprensa.

Com um governador do partido, agora os democratas dominam os principais níveis de poder no estado, após uma campanha marcada pelo debate sobre as armas de fogo.

“Esta vitória histórica deve provocar um frio na espinha de Donald Trump e de todos os republicanos”, declarou o presidente do Partido Democrata, Tom Perez.

“Como vencemos esta noite, venceremos Trump em um ano”, completou.

No Mississippi, o candidato republicano Tate Reeves superou o democrata centrista Jim Hood, antiaborto e favorável às armas de fogo.

“Fantástico resultado, Tate”, celebrou Trump, que nos últimos dias de campanha se envolveu tanto no Mississippi quanto no Kentucky.

“Nosso grande comício de sexta-feira influenciou os números que estavam empatados para nos levar à vitória”, acrescentou Trump, que mantém, com isso, o apoio neste estado conservador, onde venceu com uma vantagem de 18 pontos em 2016.

A dinâmica era diferente, porém, na Virgínia, estado vizinho de Washington, onde Trump perdeu por cinco pontos na eleição presidencial.

O balanço é considerado preocupante para o presidente.

Trump não fez campanha na Virgínia, e sim no Mississippi e em Kentucky, onde buscou fortalecer sua entusiasmada base eleitoral com pedidos para que enviassem “uma mensagem aos democratas radicais”.