O presidente americano, Donald Trump, se disse insatisfeito nesta segunda-feira (22) com a explicação de Riad sobre a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul e se declarou surpreso com o prazo de um mês de investigação anunciado pela Arábia Saudita.

“Não estou satisfeito com o que escutei”, disse Trump a jornalistas nos jardins da Casa Branca, destacando que conversou com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman.

“Em breve saberemos mais”, acrescentou, em alusão à morte de Khashoggi, um jornalista de 59 anos crítico do poder de Riad e colunista do Washington Post, ocorrida em 2 de outubro no consulado de Istambul.

Perguntado sobre o prazo de um mês, apresentado por Riad para elucidar o caso, Trump foi taxativo: “É um longo atraso, não há razão para isso”.

“Temos gente na Arábia Saudita, temos gente na Turquia (…) Saberemos muito mais nos próximos dias”, destacou.

Inicialmente, Riad informou que Khashoggi tinha deixado o consulado com vida, mas sob pressão admitiu em seguida que o jornalista foi assassinado, alegando que se tratou de uma “operação não autorizada” pelas autoridades e, portanto, da qual o príncipe herdeiro “MBS” não estava a par.

A imprensa turca desmontou esta tese na segunda-feira.

Sob o título “O cerco se fecha em torno do príncipe herdeiro”, o jornal Yeni Safak diz que o chefe do comando ligou “quatro vezes para o diretor do escritório do príncipe herdeiro, Bader Al Asaker”, após o assassinato de Khashoggi. “Pelo menos uma dessas ligações foi feita do escritório do cônsul”, continua o jornal, sem citar suas fontes.

A Arábia Saudita fez alusão a um erro monumental para explicar a morte do jornalista, que teria sido causada por uma briga no interior do consulado, segundo a versão saudita, considerada pouco confiável.