O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira ter chegado o momento de por um fim à “brutal guerra civil” na Síria e permitir que centenas de milhares de refugiados “retornem a seus lares”.

Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca ao lado do secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, Trump insistiu em que é necessário “trabalhar juntos para resolver o desastre que está ocorrendo na Síria”.

Trump chamou o presidente sírio, Bashar al Assad, de “carniceiro”, e defendeu o ataque com mísseis que ordenou na semana passada contra uma base aérea na Síria, afirmando não ter “absolutamente qualquer dúvida sobre a correção e o sucesso do que foi feito”.

Em um evidente giro em relação à retórica que utilizou na campanha eleitoral, Trump avaliou que a aliança militar europeia “já não é obsoleta”, e aproveitou a oportunidade para pedir que os países do bloco “cumpram seus compromissos e paguem o que devem”.

Para o presidente americano, a Otan é um “baluarte da paz e da segurança”, e seria “fantástico” se Estados Unidos, Otan e Rússia pudessem trabalhar juntos.

Neste sentido, Stoltenberg disse que a Otan é um “cimento de segurança, tanto para a Europa como para os Estados Unidos”.

Na mesma entrevista, Trump revelou ter criado uma “boa química” com o líder chinês, Xi Jinping, durante a cúpula informal da semana passada, na Flórida, assinalando sua crença de que Pequim está disposto a cooperar com Washington sobre a Coreia do Norte.

Trump e Xi se reuniram pela primeira vez na quinta e sexta-feira passadas, na residência do presidente americano em Mar-ao-Lago, com o objetivo de aproximar posições.

Apesar da reunião ter sido eclipsada pela decisão de Trump de bombardear a base aérea síria, Trump e Xi ficaram satisfeitos com o resultado do encontro.

“Tivemos uma boa relação. Acredito que houve uma boa química entre nós. Acredito que ele quer nos ajudar na Coreia do Norte. Falamos sobre comércio”, explicou Trump na coletiva ao lado de Stoltenberg.

“Fiquei muito impressionado com o presidente Xi e acredito que ele tem boas intenções e quer nos ajudar. Logo veremos se fará isto ou não”.