O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insinuou nesta terça-feira (9) que o homem que foi visto com a cabeça sangrando após ser derrubado por um policial seria parte de uma montagem.

“Eu vi, caiu mais do que foi empurrado. Ia escanear. Poderia ser uma montagem?”, perguntou Trump no Twitter.

Dois policiais de Buffalo, Nova York, foram acusados de agressão depois de empurrarem Martin Gugino, de 75 anos, na semana passada. Ele caiu de costas, quando se dirigia para os eles.

Imagens de vídeo mostram este senhor no chão, imóvel e com a cabeça sangrando. Ainda está hospitalizado.

Não está muito claro a que Trump se referiu ao indicar que Gugino “pretendia escanear” e que “parecia escanear as comunicações policiais para bloquear seus equipamentos”.

Aparentemente, o tuíte se baseou em uma reportagem da OANN, rede de televisão de extrema direita que se especializa em teorias conspiratórias e se tornou uma das favoritas da Casa Branca.

Nesse vídeo, a OANN divulga a ideia de uma “falsa provocação do grupo de esquerda Antifa”. A rede destacou ainda que “novos vídeos” mostraram Gugino “tentando escanear as comunicações da polícia” com seu telefone.

O vídeo mostra apenas ele com o telefone na mão direita. Os aplicativos para escanear comunicações policiais permitem apenas escutar mensagens sobre o trânsito e são completamente legais e comuns nos Estados Unidos.

O vídeo alimentou a fúria nacional contra a violência policial. Trump, que está atrás nas pesquisas para a eleição presidencial de novembro, está fazendo campanha com o lema “lei e ordem”.

O presidente é, há tempos, um fã das teorias conspiratórias, especialmente sua promoção da história de que Barack Obama não nasceu nos Estados Unidos e, consequentemente, não deveria ter sido presidente. Mais tarde, Trump foi obrigado a reconhecer que a alegação era falsa.