O presidente americano Donald Trump voltou a ameaçar nesta sexta-feira aplicar tarifas sobre todas as importações da China, acusando o país asiático de práticas comerciais “desleais”.

“Agora, adicionamos 200 bilhões de dólares (de bens chineses sujeitos a tarifação). Eu odeio dizer isso, mas (…) ainda há 267 bilhões de dólares (de produtos chineses prontos para serem tributados) rapidamente se eu quiser”, disse o presidente durante um briefing improvisado a bordo do Air Force One.

“Eu sou duro com a China porque tenho que ser”, justificou ele.

“Eles recebem 500 bilhões de dólares por ano”, acrescentou, referindo-se às importações da China que ultrapassaram 505 bilhões de dólares em 2017 e devem crescer novamente este ano.

A China importa quase quatro vezes menos bens americanos do que exporta para os Estados Unidos. O que faz com que as autoridades americanas acreditem estar em uma posição forte para negociar.

As declarações de Donald Trump coincidem com o fim do período de consultas públicas sobre a imposição de novas tarifas sobre bens chineses da ordem de 200 bilhões de dólares.

O inquilino da Casa Branca, no entanto, não foi claro sobre a entrada em vigor dessas novas tarifas.

A tributação de 200 bilhões de dólares adicionais “pode ​​ser implementada muito em breve, isso dependerá do que acontecer com eles”, disse, observando que “até certo ponto, depende da China”.

Mais cedo, o conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que Washington e Pequim continuavam as discussões para resolver sua atual disputa comercial.

“Seguimos as conversas”, disse ele à rede CNBC, acrescentando que a China ficará “mais isolada” se resistir a abrir seus mercados.

Na China, “queremos 0 tarifas, 0 barreiras, 0 subsídios, acabar com o roubo de propriedade intelectual, de transferência de tecnologia”, disse Larry Kudlow.

“Estas são nossas exigências há meses e, neste momento, elas não foram satisfeitas”, admitiu ele, apesar das medidas de retaliação.

Após várias semanas de audiências públicas que terminaram na quinta-feira, Washington deve agora decidir se impõe tarifas de 25% sobre outros bens importados da China.

Em julho e agosto, 50 bilhões de dólares em bens dos país asiático foram atingidos por sobretaxas americanas. Pequim retaliou na mesma medida e já advertiu que pode mirar outros 60 bilhões de dólares, caso Washington imponha uma nova rodada de tarifas. Na sequência, Trump ameaçou impor tarifas a todas as importações da China, que no ano passado chegaram a 505 bilhões de dólares.