Um alto funcionário canadense, Michael Wernick, anunciou nesta segunda-feira sua saída da administração, após 38 anos de serviço, na quarta deserção de um funcionário próximo a Justin Trudeau desde o começo do caso SNC-Lavalin, a pior crise política no Canadá desde a eleição do primeiro-ministro, em 2015.

“Os eventos das últimas semanas me levaram a concluir que não serei capaz de atuar como secretário do Conselho Privado e secretário do gabinete durante a próxima campanha eleitoral”, disse Wernick em uma carta a Trudeau.

“Eu tive o privilégio de trabalhar com as equipes de transição de três primeiros-ministros. Agora é evidente que é impossível para mim ter uma relação de confiança e respeito mútuo com os líderes dos partidos da oposição”.

A oposição acusou Wernick de parcialidade no caso sobre a suposta interferência de Trudeau em um processo judicial contra o gigante da construção SNC-Lavalin.

Wernick testemunhou diante de parlamentares canadenses neste assunto.

O primeiro-ministro e seu entorno enfrentam há um mês uma grave crise política, depois de terem sido acusados pela ex-ministra da Justiça Jody Wilson-Raybould de exercer uma pressão “inapropriada” para evitar um julgamento contra o gigante SNC-Lavalin, acusado de corrupção na Líbia.

No transcurso de algumas semanas, a ministra da Justiça e a ministra do Orçamento deixaram o governo. Um assessor próximo de Trudeau também abandonou o gabinete do primeiro-ministro.