O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, afirmou que, de uma maneira geral, praticamente todos os bens manufaturados incluídos no acordo entre Mercosul e União Europeia terão um processo de desgravação de 10 a 15 anos. Ou seja, haverá um calendário até que a maior parte dos produtos seja comercializada entre os blocos com tarifa zero. A íntegra do acordo só deve ser divulgada no final de semana.

“Em regra geral, praticamente toda parte de bens manufaturados tem processo de desgravação entre 10 e 15 anos”, disse durante coletiva de imprensa ao lado dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Tereza Cristina (Agricultura).

A ministra Tereza Cristina destacou que foram feitas várias concessões em termos ou de volumes ou de taxas de entrada nas negociações. Enquanto a UE cedeu em pontos como carne, etanol e açúcar, o Brasil cedeu no mercado de vinhos, considerado tema sensível.

“São muitos pontos. Não é só um. Uma coisa que eles queriam muito era vinho, vinho é do Mercosul. E isso houve grande discussão e vai haver esse comércio aí livre entre os dois países. Mas isso tem um tempo, não acontece de uma hora para outra. Tem todo um tempo de maturação. Nessa caso são 12 anos”, disse.

Ernesto Araújo afirmou que a disposição da UE de fazer concessões foi fundamental para permitir a conclusão do acordo e torná-lo interessante para o Mercosul. “É fundamental para mostrar percepção da UE de concluir acordo com o Mercosul. Isso reflete que Mercosul não é um parceiro qualquer, talvez seja maior acordo que eles já concluíram. Mas, em relação a elementos específicos, talvez seja melhor comentarmos quando o texto integral for publicado no próximo final de semana”, afirmou.