O presidente Donald Trump declarou, nesta segunda-feira (14), que as tropas americanas que se retirarem da Síria irão permanecer naquela região, para conter o ressurgimento do grupo Estado Islâmico (EI).

“As tropas dos Estados Unidos que saírem da Síria agora serão realocadas e vão permanecer na região para monitorar a situação e prevenir uma repetição de 2014, quando a negligenciada ameaça do ISIS [acrônimo do EI usado em inglês] cruzou a Síria e o Iraque”, declarou.

Trump afirmou ainda ter autorizado, hoje, uma ordem executiva, estabelecendo sanções contra funcionários e ex-funcionários turcos e que voltou a impor tarifas sobre 50% do aço.

Esta foi uma das medidas adotadas no ano passado para libertar um pastor americano detido na Turquia e que gerou uma desvalorização da lira turca.

Ele também disse ter cancelado as negociações para um acordo comercial com Ancara, em protesto, segundo ele, pela ofensiva deste país na Síria.

“Estou totalmente preparado para destruir rapidamente a economia da Turquia, se os líderes turcos continuarem seu caminho perigoso e destrutivo”, tuitou.

Em maio, o presidente americano voltou a colocar as taxas em 25%, alinhadas com o que já havia sido imposto por outros sócios comerciais, incluindo a União Europeia.

Ainda sobre a Turquia, o secretário americano da Defesa, Mark Esper, anunciou que os EUA pedirão a seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que apliquem sanções a Ancara. Assim como Trump, Esper acusou os turcos de libertarem perigosos presos membros do EI.

“Esta incursão inaceitável também mina a bem-sucedida missão internacional ‘Defeat ISIS’ (Derrotar o ISIS, acrônimo do EI usado em inglês) na Síria e resultou na libertação de muitos detidos perigosos do ISIS”, afirmou o secretário em um comunicado.

Esper acrescentou que irá à sede da Otan, em Bruxelas, na próxima semana, pedir aos aliados que “tomem medidas diplomáticas e econômicas coletivas e individuais em resposta a essas atrozes ações turcas”.

O secretário condenou a decisão do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de lançar a ofensiva contra a milícia curda como “desnecessária e impulsiva”, alegando que teve como resultado baixas generalizadas, refugiados e insegurança.

“O presidente Erdogan tem toda a responsabilidade pelas consequências (da ofensiva), que incluem um possível ressurgimento do ISIS, possíveis crimes de guerra e uma crescente crise humanitária”, completou.