Nos últimos 30 anos, uma série de iniciativas internacionais foram realizadas para tentar solucionar o conflito entre Israel e os palestinos:

– Madri, o início do processo –

Em dezembro de 1988, depois que o líder palestinos Yasser Arafat aceitou as exigências americanas – incluindo o reconhecimento do direito de Israel de existir – o presidente americano Ronald Reagan iniciou um diálogo com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

George Bush, presidente dos Estados Unidos a partir de 1989, estabeleceu então uma série de canais de comunicação diretos entre Israel e os países árabes.

Em outubro de 1991, após o fim da Guerra do Golfo, em que Israel e vários países árabes se alinharam contra o Iraque, foi realizada em Madri uma conferência de paz palestino-israelense.

O encontro, patrocinado por Washington e Moscou, reuniu na mesma mesa israelenses e palestinos, estes últimos como parte de uma delegação conjunta com a Jordânia, uma vez que Israel rejeitou a participação direta da OLP.

Meses se seguiram de negociações bilaterais e multilaterais.

– Acordos de Oslo –

Em 13 de setembro de 1993, após seis meses de negociações secretas em Oslo, Israel e a Organização de Libertação da Palestina (OLP) se reconhecem mutuamente e assinam em Washington, na presença do presidente Bill Clinton, uma “Declaração de Princípios” sobre uma autonomia palestina transitória de cinco anos.

A autonomia teve início em 4 de maio de 1994 com um acordo no Cairo prevendo a saída de Israel da Faixa de Gaza e Jericó (Cisjordânia). Em julho, o líder da OLP, Yasser Arafat retorna aos territórios palestinos após 27 anos de exílio.

Ele estabelece a Autoridade Palestina.

Em 28 de setembro de 1995, um novo acordo provisório (Oslo II) foi assinado em Washington sobre a extensão da autonomia na Cisjordânia.

Em 4 de novembro, o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, foi assassinado por um extremista judeu oposto ao processo de paz.

– Acordos de Wye Plantation –

Em 23 de outubro de 1998, Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, concluem em Maryland, nos Estados Unidos, um acordo provisório sobre os termos de uma retirada israelense de 13% da Cisjordânia.

Mas Israel congela a evacuação dois meses mais tarde, após uma retirada de 2%.

Em 5 de setembro de 1999, o novo primeiro-ministro trabalhista Ehud Barak e Yasser Arafat assinam em Sharm El-Sheikh (Egito) uma versão renegociada, prevendo um acordo final até setembro de 2000.

– Cúpula de Camp David – Plano Clinton –

De 11 a 25 de julho de 2000, na cúpula de Camp David (Estados Unidos), os dois lados chegam a um impasse sobre a questão de Jerusalém e os refugiados de 1948.

No final de setembro, a controversa visita de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental desencadeou a segunda Intifada.

Em dezembro de 2000, o plano do presidente Clinton defende a criação de um Estado palestino em toda Faixa de Gaza e 95% da Cisjordânia. Em troca, os palestinos devem renunciar ao “direito de retorno” dos refugiados a Israel.

– Iniciativa saudita –

Em 28 de março de 2002, uma cúpula árabe em Beirute adota um plano saudita preconizando uma retirada israelense de todos os territórios ocupados desde 1967, incluindo as Colinas de Golã, em troca da normalização entre os países árabes e Israel.

Mas o primeiro-ministro Ariel Sharon lançou uma grande ofensiva na Cisjordânia depois de atentados suicidas palestinos.

– Mapa do caminho –

Em 30 de abril de 2003, o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia, ONU) apresenta um ‘mapa do caminho’ que prevê um Estado palestino até 2005 em troca do fim das violências da Intifada e um congelamento da colonização judaica.

Em 4 de junho, em Aqaba (Jordânia), Israel e a Autoridade Palestina se comprometem a aplicá-lo diante do presidente americano George W. Bush.

– Processo de Annapolis –

Em novembro de 2007, perto de Washington, Israel e a Autoridade Palestina, que não controlam mais que a Cisjordânia após serem expulsos de Gaza pelo Hamas, tentam alcançar um acordo até o final de 2008.

Mas as negociações são seladas pela continuação da colonização judaica e a Autoridade Palestina se retira das negociações com a ofensiva israelense em Gaza no final de 2008.

– Envolvimento de Kerry –

Em 29 de julho de 2013, o secretário de Estado americano John Kerry anuncia a retomada por nove meses de negociações diretas interrompidas há três anos.

Mas Israel suspende as discussões faltando uma semana para o fim após um anúncio de reconciliação entre o Fatah e o Hamas. O processo de paz estagnou desde então.