A Suprema Corte britânica autorizou, nesta quarta-feira (16), o polêmico projeto de construção de uma terceira pista no aeroporto de Heathrow, em Londres, de propriedade de um consórcio liderado pela gigante espanhola de infraestrutura Ferrovial.

A obra é contestado por ambientalistas e autoridades locais.

A mais alta autoridade judiciária do país revogou, assim, uma decisão anterior da Corte de Apelações, que havia suspendido o projeto em fevereiro deste ano por motivos ambientais.

Grupos ativistas, incluindo o prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, opuseram-se ao projeto. Seus críticos alegam que aumentará a poluição e os distúrbios sonoros na cidade.

De acordo com os demandantes, o aumento do tráfego aeroportuário elevaria as emissões de gases causadores do efeito estufa, no momento em que o Reino Unido se comprometeu por lei a alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

O anúncio judicial chega, porém, depois de o próprio aeroporto te decidido adiar a construção de sua terceira pista, por pelo menos dois anos, devido à queda do tráfego aéreo pela atual crise sanitária global. Com a pandemia, este aeroporto deixou de ser, em outubro, o mais movimentado da Europa.

Em fevereiro, a Corte de Apelações havia considerado que o governo anterior, conservador, que em 2018 aprovou a extensão, deveria ter levado em consideração as disposições internacionais firmadas em 2015 na COP de Paris de luta contra as mudanças climáticas.

O projeto de ampliação consiste na construção de uma terceira pista que permitiria ao aeroporto, localizado ao oeste da capital britânica, receber 130 milhões de passageiros por ano, contra 78 milhões antes da pandemia.

O custo da primeira fase está estimado em 14 bilhões de libras (US$ 19 bilhões).

As obras de expansão estavam inicialmente previstas para começar em 2022 e durar quatro anos. O financiamento será do consórcio de investidores proprietários do aeroporto, liderado pela Ferrovial, junto com fundos soberanos de China, Singapura e Catar.