A Autoridade da Competência da França impôs, nesta quarta-feira (9), uma multa recorde de 444 milhões de euros (US$ 524 milhões) aos laboratórios suíços Novartis e Roche e ao americano Genentech, acusados de “práticas abusivas”.

Esta é a maior multa coletiva já imposta pelas autoridades francesas a laboratórios farmacêuticos.

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Em um comunicado, a Autoridade da Concorrência da França explicou que Genentech, Novartis e Roche adotaram um comportamento abusivo de “posição dominante” com o objetivo de preservar a posição e o preço do Lucentis e conter o medicamento contra o câncer Avastin. Este remédio não tem autorização para ser usado em degeneração macular.

Lucentis é um tratamento para a degeneração macular (DMA), uma doença da retina relacionada à idade, desenvolvido pelo Genentech, cujo capital está vinculado ao dos grupos suíços Roche e Novartis.

No entanto, os médicos perceberam que outro medicamento da Genentech, o Avastin, tinha efeitos positivos sobre a DMA e começaram a receitá-lo, apesar de não ter autorização de venda para esta doença.

O Avastin custa 30 vezes menos que o Lucentis. Uma injeção de Avastin custa entre 30 e 40 euros, enquanto a de Lucentis, 1,16 euro.

Segundo a Autoridade da Concorrência, a Novartis “tentou frustrar as iniciativas dos oftalmologistas que, em meio à sua liberdade de prescrição, decidiram receitar o Avastin, fora de sua autorização de comercialização”.

“Novartis, Roche e Genentech também foram multados por aplicarem uma série de medidas de bloqueio e por divulgarem uma mensagem alarmante e às vezes enganosa às autoridades públicas sobre os riscos associados ao uso do Avastin para o tratamento da DMA”, completou o órgão.