A execução de um plano de ESG (ambiental, social e de governança) passa por alguns processos estabelecidos que a grosso modo podem ser resumidos em três etapas: desenho da estratégia de combate ao impacto da empresa no planeta, execução das boas práticas e comunicação ao mercado do plano e resultados. Mas quando se fala em compromissos ambientais, a governança é falha justamente entre o grupo de empresas de capital aberto que deveriam ser exemplo ao mercado.

Segundo levantamento da Grant Thornton Brasil, companhia global de auditoria, consultoria e tributos, nos relatórios publicados pelas 328 empresas de capital aberto no Brasil foi constatado que apenas 30% divulgam inventários de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, apenas 31% comunicam os temas materiais, aqueles mais importantes para cada empresa, e somente 22% oficializam metas de gestão de resíduos; 19% de poluição atmosférica; 16% de uso eficiente da água; e 5% de uso de fontes de energia renováveis.

Pelas estatísticas, parece que as empresas ainda estão duvidando de que a pressão por boas práticas é para valer seja pelo consumidor ou pelo mercado. E com índices tão baixos de adesão, a história de preservar o planeta para as gerações futuras vai ficar mesmo no blá-blá-blá.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1284 da Revista Dinheiro)