Era o que faltava para consagrar o êxito de uma gestão pautada pela busca de excelência em todos os níveis. Em setembro, a agência internacional de classificação de risco Fitch Rating elevou a nota de crédito da Marfrig, no âmbito do mercado brasileiro, para AA+ bra. A elevação, segundo a Fitch, reflete a melhora dos perfis de negócio e financeiro da Marfrig ao longo dos últimos anos. Para o diretor-presidente da companhia, Miguel Gularte, o resultado reflete uma decisão tomada anos antes pelo Conselho de Administração da companhia que hoje está entre as líderes globais de carne bovina. “O Conselho preparou a Marfrig para o desafio de um processo de melhora contínua em todos os indicadores. Governança é um deles”, afirmou. “Uma empresa com nível de governança excelente consegue performar bem na operação e na sua relação com a sociedade e a comunidade.”

Para chegar aos bons resultados que garantiram à empresa ser a campeão em Governança Corporativa segundo os critérios adotados pelo comitê avaliador do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2020, a Marfrig passou por aquilo que seu presidente chama de “movimentos transformacionais”. Segundo Gularte, eles “levaram a toda uma diferença em 2019 e 2020”. Do ponto de vista da operação, a empresa fechou fábricas ineficientes e focou em unidades com melhor perfomance. Além disso, passou a trabalhar com produtos de maior valor agregado e que possam entregar margens superiores – caso do hambúguer gourmet e vegano – o que possibilitou um resultado financeiro muito bom. Ao mesmo tempo, como destaca o relatório da Fitch, a Marfrig tomou o controle da National Beef, nos Estados Unidos, aumentando sua participação acionária de 51% para 81,7% em 2019. A National Beef é a quarta maior processadora de carne bovina dos EUA, com aproximadamente 14% da capacidade de abate total do país. Na América do Sul, onde comprou unidades da BRF no Brasil e na Argentina, a Marfrig passou a ser a líder regional em processamento de carne bovina, com capacidade de processamento primária de mais de 17 mil cabeças de gado por dia e produção anual de 77 mil toneladas de hambúrguer. Fundador e controlador da Marfrig, Marcos Molina atribui o êxito atual a um processo iniciado anos atrás. “Fizemos um planejamento estratégico para ter a maior operação de bife do mundo, com eficiência e valor agregado.” Segundo Molina, o hambúrguer é o derivado bovino de maior valor agregado. “Também aumentamos o portfólio com processados como quibe, almôndega e carne enlatada”. Ao investir cerca de três vezes mais que a concorrência nesses itens, os resultados apareceram já no final de 2019.

As práticas de governança corporativa adotadas pela Marfrig estão de acordo com os princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa propostos pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), além de seguirem as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Conselho de Administração é composto por nove executivos e cinco comitês de apoio, que se encarregam das áreas de auditoria, finanças e gestão de riscos, recursos humanos, sustentabilidade e, claro, governança corporativa.