Até abril de 2019, 35 revendas HPE terão o selo Certigov. Incentivados pela companhia, os canais de venda estão passando por um processo de certificação, com duração média de quatro meses, com o objetivo de atestar que seguem padrões de conduta adequados às vendas ao setor público.A origem do projeto abraçado pela HPE há mais de três anos é a Lei 12.846, conhecida como Lei Anticorrupção ou Lei da Empresa Limpa. Sancionada em 2013 na esteira das manifestações realizadas em junho daquele ano, ela inovou por regulamentar a punição a quem corrompe o agente público, o chamado corruptor empresarial. Até então, apenas o corrupto, aquele que recebe a propina, estava sujeito às sanções legais.

Ciente da necessidade de zelar por sua própria imagem e de seus parceiros comerciais, a HPE começou a buscar um instrumento que espelhasse a conduta ética e transparente que norteia o seu relacionamento com o setor público, inteiramente mediado por representantes e distribuidores.

Nesse processo, a companhia enxergou também a oportunidade de aumentar a eficiência das vendas ao governo, estimular práticas preventivas de compliance e gerar credibilidade junto aos órgãos públicos.

Melhoria contínua

A solução encontrada foi a certificação Certigov, criada pela Paseli, consultoria independente  especializada em vendas ao governo. O selo objetiva mostrar o comprometimento das empresas com posturas éticas e idôneas e usa como critérios, além da Lei da Empresa Limpa, a ISO 37001/2016, referente a sistemas de gestão antissuborno. O principal benefício do selo é a
transparência em todo o processo, do qual tiram proveito os três agentes envolvidos: a empresa pública, a revenda e a HPE. “Optamos pelo Certigov por representar o modelo mais completo que encontramos no mercado. Não queríamos apenas um selo e sim algo que envolvesse as equipes dos canais, que propusesse uma melhoria contínua”, afirma Marcelo Schunck, diretor de vendas da HPE. A chave é a metodologia adotada pela Paseli para a certificação, que engloba auditoria e revisão
de todos os procedimentos de venda ao setor público, entrevistas individuais, apresentação de diagnóstico, treinamento e recomendações para que o canal possa seguir evoluindo nessa área.

Várias revendas têm encarado a certificação como uma chance para disseminar a cultura anticorrupção por outras áreas dentro da própria empresa, rompendo os limites do departamento de vendas. Elas entendem também que o selo pode se tornar um diferencial efetivo na medida em que seja encampado pelo setor público. “O mercado brasileiro está mais maduro, já reconhece a importância de se trabalhar com quem segue políticas de compliance. Nesse sentido, a Lava Jato foi um divisor de águas”, diz Leonardo Rangel, diretor de Canais. Segundo a Paseli, há o interesse de alguns órgãos governamentais em incluir a certificação como recomendação nos editais, movimento que pode crescer com as gestões recém-eleitas. Outras companhias do segmento de tecnologia estão negociando a adoção do Certigov para os seus canais.