11/11/2019 - 8:00
Toda rede social tem uma preocupação inescapável. Fazer com quem o usuário volte (muitas vezes) e poste (muitas vezes). O resultado dessa equação permite que cada um de nós entregue tempo e dados para as plataformas. Por esse motivo a decisão que o Twitter adotará globalmente esta semana é emblemática para amplificar sua relevância. Ele permitirá que as pessoas passem a seguir temas e não apenas contas. Em outras palavras, em vez de acompanhar somente a ressonância verbal-visual vinda de seus amigos virtuais você poderá localizar novos grupos e fazer interações a partir de segmentos temáticos. Inicialmente, o cardápio trará 300 assuntos.
O Twitter pretende, assim, resolver algo que não é pequeno. Pense na seguinte situação: você é um amante de gastronomia e passa a seguir as contas dos seus chefs preferidos. Acabará consumindo um festival de postagens autopromocionais (menus, pessoas da equipe, horários), mas não exatamente estará mais bem informado pelas novidades e tendências gastronômicas. A opção de seguir temas justamente serviria para aumentar a qualidade dos conteúdos.
Essa solução, chamada Topics, permitirá que sejam escolhidos assuntos de interesse do usuário dentro das três centenas de opções, que vão de esportes a entretenimento, de contas que são ‘autoridades’ no assunto. A intenção é tornar a plataforma mais acessível para usuários novos ou ocasionais e, ao mesmo tempo, dar alternativas aos heavy users.
A ideia de permitir que as pessoas sigam tópicos além de (ou em vez de) contas individuais remonta aos primeiros dias da empresa. Mas foi preciso o desenvolvimento de ferramentas de aprendizado de máquina e a contratação de uma equipe editorial humana para que isso acontecesse. O lançamento fará com que aprimoramentos ocorram. As perguntas são as mais variadas – de quantas contas serão seguidas a quantos temas aparecerão na timeline? E, por enquanto, um tópico está proibido: política.