A retomada de crédito no Brasil dependerá da volta da trajetória de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da taxa de investimento, na opinião do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. A trajetória de queda dos empréstimos, conforme mostraram os dados do Banco Central publicados nesta quinta-feira, 24, reflete, de acordo com o executivo, o movimento de reperfilamento que as instituições financeiras fizeram em suas carteiras de crédito.

“As privatizações e licitações serão motor do crédito. A retomada do PIB brasileiro é um processo gradativo, mas só vai gerar emprego se fizermos investimento em infraestrutura”, afirmou Trabuco, em conversa com jornalistas, após reunião com analistas e investidores. “No final de 2017 e começo de 2018, esperamos aumento de volume de crédito, que será gradativo”, acrescentou.

Do lado das empresas, o presidente do Bradesco afirmou que a retomada do crédito vai depender da ‘bancabilidade’ das pessoas jurídicas. Afirmou ainda que as renegociações de crédito foram feitas com reforço de garantias e que todos os problemas de inadimplência no ambiente corporativo já foram mapeados.

Segundo ele, o programa bilionário que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou voltado para pequenas e médias empresas é importante e que o Bradesco será bem ativo no repasse de recursos. Trabuco acrescentou que não se pode subestimar o impacto da queda dos juros básicos, a Selic, na redução do custo do crédito no País e admitiu que os bancos serão impactados com isso em um cenário em que os empréstimos ainda não retomaram a trajetória de crescimento.

“A queda de margem será compensada por aumento de volume. Isso ainda não aconteceu, mas vai acontecer em algum momento”, concluiu Trabuco, descartando novas revisões de guidance para este ano.