O homem conhecido como “Duch”, um dos principais torturadores do Khmer Vermelho, saiu do hospital em que estava internado desde outubro, anunciou nesta terça-feira a administração penitenciária do Camboja.

Kaing Guek Eav, o “Duch”, condenado à prisão perpétua por ter comandado a principal prisão do regime, completará 76 anos em poucos dias.

“Não acreditava que iria sobreviver, mas se recuperou e retornou para a prisão na segunda-feira à noite”, afirmou Chat Sineang, diretor da prisão de Kandal, na região sul do país.

“Duch” sofria problemas respiratórios desde 20 de outubro e foi levado para um hospital de Phnom Penh.

Carrasco metódico do movimento de Pol Pot no Camboja, “Duch” foi condenado em 2012 à prisão perpétua pelo tribunal de Phonm Penh, legitimado pela ONU. Kaing Guek Eav foi professor de matemática antes de unir-se ao Khmer Vermelho em 1967.

Após a queda do regime – responsável pela morte de dois milhões de pessoas entre 1975 e 1979 – no Camboja em 1979, “Duch” continuou atuando no movimento do Khmer Vermelho e depois trabalhou para organizações humanitárias.

Depois de passar muitos anos escondido, “Duch” foi reconhecido em 1999 pelo fotógrafo irlandês Nic Dunlop.

Em seu primeiro julgamento, em 2009, “Duch” pediu perdão aos poucos sobreviventes e às famílias das vítimas, ao mesmo tempo que alegou que era apenas um servidor e não um alto funcionário do regime.

Pol Pot, falecido em 1998, escapou da justiça, como muitos outros dirigentes do regime.