Depois de receber uma injeção de capital de R$ 46 milhões no ano passado, com a venda de uma fatia minoritária, a Toro Investimentos lançou nesta terça-feira, 17, sua corretora, marcando a primeira fintech brasileira a fazer esse movimento. “As instituições financeiras estão comprando fintechs para fazer frente a esse mercado e a fintech vai virar uma instituição financeira para proteger o cliente”, disse o sócio-fundador da Toro, Gabriel Kallas.

Ele lembrou que historicamente as corretoras nascem em bancos, ou mesmo por meio de aquisições de instituições. Por outro lado, a Toro lança sua corretora do zero. A empresa tem sede em Belo Horizonte e já abriu um escritório no Rio de Janeiro.

Em evento na B3, Kallas explicou que o foco da plataforma será nas pessoas físicas que hoje não investem na bolsa. Hoje são mais de 600 mil CPFs de investidores cadastrados na B3. “Há dezenas de milhões de pessoas que ainda não investem. Existe espaço para liberdade de escolha e simplicidade para devolver às pessoas poder de decisão”, disse. “Nosso objetivo é criar mercado. No Brasil 0,3% da população investe em bolsa e a média dos países emergentes é de 5%. Se for pegar essa média há um potencial de 10 milhões de pessoas”, destacou.

Segundo Kallas, grande parte das pessoas não sabe usar, por exemplo, um home broker. “Queremos reinventar a experiência nas pessoas em investimento em bolsa de valores”, explicou. Segundo ele, um dos objetivos é simplificar tais investimentos, hoje considerados complexos em demasia. “A indústria (de investimentos) não foi construída para a maioria das pessoas”, afirmou. A plataforma, segundo ele, foi construída para que as pessoas pensem no risco do investimento assim como no lucro almejado.

Mesmo para o investimento de renda fixa, o qual é mais disseminado no Brasil em relação à renda variável, Kallas afirma que ali a meta também é deixar o processo menos complexo. Na plataforma haverá as opções do Tesouro Direto e ainda aquelas com a mesma segurança da poupança, ou seja, com a garantia dada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A ideia também é dar ao cliente acesso a uma curva atualizada, a partir da curva atual de juros, a projeção daquele investimento em um prazo de dez anos.

A Toro criou ainda um “market place” de renda fixa, ou seja, para criar um mercado secundário para poder dar saída para aquele investidor que precisa se desfazer de uma posição antes do prazo, ao mesmo tempo que dará, na outra ponta, uma nova oportunidade de investimento na plataforma.

Mais de 1 milhão de pessoas já se cadastraram na plataforma para acessar, gratuitamente, cursos e análises de investimentos.