Diversas autoridades rebateram publicamente as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que faleceu em maio deste ano em decorrência de um câncer.

Em conversa com aliados nesta segunda-feira (2), Bolsonaro ironizou o fato de Covas ter ido ao Maracanã para assistir a uma partida de futebol. “O outro, que morreu, fecha São Paulo e vai assistir a Palmeiras e Santos no Maracanã”, disse o presidente.

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Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo desta terça (3), o filho de Bruno Covas, Tomás Covas, 15 anos, criticou o presidente pela “fala covarde” de atacar que não pode mais se defender.

“Lamento a fala dita hoje pelo incompetente e negacionista presidente Bolsonaro. Em uma fala covarde durante a tarde, ele atacou quem não está mais aqui conosco, não dando o direito de resposta ao meu pai. Além disso, cumprimos com todos os protocolos no estádio do Maracanã, utilizando a máscara e sentando apenas nas cadeiras permitidas”, disse o adolescente ao jornal.

Confira as reações:

João Dória, governador de São Paulo (PSDB): “A desumanidade de Bolsonaro, agredindo de forma covarde Bruno Covas, só demonstra ainda mais sua falta de respeito pelos vivos e pela memória dos mortos.”

PSDB: “Bolsonaro não respeita os vivos, os mortos, as instituições, a democracia, o bom senso. Agora ataca até a memória de Bruno Covas, prefeito eleito por milhões de paulistanos”.

Marcelo Freixo, deputado federal (PSOL): “Quero manifestar minha solidariedade à família do Bruno Covas, que ao contrário de Bolsonaro sempre foi um homem digno. As ofensas grotescas do presidente jamais estarão à altura da memória do Bruno”.

Orlando Silva, deputado federal (PCdoB): “O fracasso das manifestações de domingo subiu à cabeça de Bolsonaro. Desesperado, apareceu no cercadinho, onde o gado diminui a cada dia, para ofender a memória do prefeito Bruno Covas, que enfrentou uma doença letal com uma dignidade que jamais o presidente terá. COVARDE!”

Paulo Pimenta, deputado federal (PT): “O covarde @jairbolsonaro atacando Bruno Covas porque ele foi ver o jogo com o filho sendo que ver esse jogo com o filho fazia parte de uma lista com os “últimos desejos” dele, porque ele sabia que estava morrendo. Atacar alguém que não pode se defender é o cúmulo da covardia.”

Felipe Santa Cruz, presidente da OAB: “Digo há muito tempo que Jair Bolsonaro é acima de tudo um covarde. A predileção pelo ataque aos mortos – como no caso do meu pai e agora com Bruno Covas – demonstra a extensão da sua falta de caráter e covardia. Minha solidariedade ao filho do Prefeito Bruno Covas.”

Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP): “Bolsonaro é pequeno. É minúsculo. Não é digno da cadeira que ocupa, nunca será! Manifesto minha solidariedade à família do Bruno Covas. Bruno não merece ter seu nome e sua memória atacada por gente tão vil e sem empatia.”