O diretor indicado para a área de Administração do Banco Central, Maurício Costa de Moura, afirmou nesta terça-feira, 29, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que “todos querem crédito mais barato no Brasil, inclusive o BC”.

Em resposta a questionamentos de senadores a respeito do fato de os juros serem tão elevados no País, Moura pontuou que as taxas estão, atualmente, em níveis mais baixos. “As taxas ex ante esperadas para períodos futuros estão hoje em níveis historicamente baixos, perto de 3%”, disse.

Moura afirmou ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tem sinalizado seu pensamento a respeito da intensidade e da duração do atual ciclo da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 9,25% ao ano. “O Copom vai tomar as melhores decisões no sentido desse relaxamento monetário”, disse.

Questionado sobre os leilões de swap cambial realizados pelo BC e dos resultados obtidos em função da posição vendida da instituição nestes contratos, Moura lembrou que os swaps apresentaram prejuízos e lucros no passado. “Mas isso não foi o objetivo do BC”, disse. Segundo ele, o objetivo do BC com os swaps é reduzir a volatilidade na área de câmbio.

Moura afirmou ainda que o volume atual de reservas tem permitido atravessar a crise internacional e a recessão no Brasil. “O programa de swap cambial foi muito bem sucedido e o nível de reservas que temos hoje cumpre seu papel”, disse.

TLP

O diretor indicado afirmou que o BC concorda integralmente com a Taxa de Longo Prazo (TLP) da forma que foi proposta. A TLP, criada pela medida provisória 777, está em tramitação no Congresso. “A TLP democratiza o crédito mais baixo para todos no País, e, não, apenas para algumas empresas”, disse.

Segundo ele, a nova taxa vai ampliar o mercado de financiamento de longo prazo e permitir a securitização de créditos do BNDES. Além disso, permitirá uma discussão mais transparente no Congresso sobre a concessão de subsídios.

Regionais

Moura afirmou que não existem no BC estudos a respeito do encerramento das atividades de qualquer uma das nove regionais da instituição espalhadas pelo País. “A valorização das regionais do BC vai no sentido de diminuir as diferenças regionais”, pontuou aos senadores. O comentário de Moura foi feito em resposta ao senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que externou preocupações de que a unidade de Fortaleza do BC pudesse encerrar atividades, em função da carência de servidores.

Cartão de crédito

O diretor indicado para a área de Administração do Banco Central destacou que a indústria de cartões de crédito é grande no Brasil e, por isso, “qualquer modificação deve ser feita com cautela”.

Em resposta a questionamentos de senadores a respeito do custo do sistema para lojistas, Moura destacou medidas adotadas recentemente pelo BC no setor, como a liquidação centralizada de operações, a possibilidade de cobrança de preços diferenciados (descontos) e a queda das barreiras de entrada de novos players. “Tínhamos 4 credenciadoras. Hoje temos 13. O BC abriu o mercado e trouxe competição.”