Em setembro do ano passado, o grupo JHSF, proprietário do shopping Cidade Jardim, lançou durante a semana de moda de Paris o CJ Fashion. A plataforma que já reúne mais de 170 marcas nacionais e internacionais é o primeiro e-commerce de um shopping da América Latina. Agora, além de levar os últimos lançamentos da moda para todo o Brasil, o Cidade Jardim também está transformando os seus demais serviços em uma espécie de delivery. A ideia, segundo Thiago Alonso, diretor-presidente da JHSF, é levar o shopping inteiro para a casa do cliente, com apenas um clique.

O objetivo do grupo é chegar a 300 marcas no CJ Fashion até o final deste ano. Já fazem parte do e-commerce grifes como Balmain, Emilio Pucci, Brunello Cuccinello, René Caovilla, Aquazzura, Giorgio Armani, Zimmerman, Self Portrait, David Koma, além das nacionais Blue Bird, Ana Rocha & Appolinario, Cult Gaia, Trousseau e Matri. “A preferência é por marcas que estão no nosso shopping”, diz Alonso. “Mas também aceitamos as que não possuem operação aqui, desde que a gente entenda que a marca tem perfil para estar na plataforma.”

O CJ Fashion opera por meio de um website e de um aplicativo. Atualmente estão disponíveis na plataforma mais de 50 mil itens, e eles são completamente integrados, em tempo real, ao estoque das lojas. Segundo Alonso, a ideia surgiu no momento em que os gestores do shopping perceberam que faltava um canal adicional para ajudar os lojistas a venderem suas roupas ainda no lançamento. “De um lado temos o Cidade Jardim, que é conhecido por ser um shopping fashion, do outro temos o outlet Catarina que é super premium”, diz Alonso. “Faltava um canal nesse meio para ajudar os lojistas.”

A plataforma começou com 60 marcas e, segundo Alonso, à medida que os lojistas entenderam que o canal seria mais um facilitador de vendas, o número de interessados praticamente dobrou. No mês de junho as vendas do shopping aumentaram 70% em relação ao ano passado. E, para facilitar ainda mais essas vendas, o grupo passou a incluir em suas revistas um QR code para cada produto exposto. Ao folhear o catálogo e gostar de algum produto, basta apontar o celular com o aplicativo aberto para o QR code impresso que ele direcionará para a compra do produto. “Esse é o caminho do varejo mundial, a integração do off-line com o on-line”, diz José Sarkis Arakelian, professor de Administração da FAAP. “Mas essa é uma tendência para shoppings como o Cidade Jardim que tem um público segmentado e marcas de grife exclusivas com canal online pouco difundido. Para um shopping popular já não faz tanto sentido.”

 

As entregas são feitas, cuidadosamente, pelo próprio shopping em todo o território nacional. “Tratamos a compra como algo especial e queremos que o produto chegue impecável ao cliente”, diz Alonso. Na cidade de São Paulo, o tempo recorde de entrega foi de 30 minutos entre a finalização da compra até a chegada do produto na casa do cliente. A novidade também será estendida para os outros shoppings do Grupo. O e-commerce do Outlet Catarina, por exemplo, já está pronto, mas ainda não há previsão de quando entra em operação.

SHOPPING DELIVERY Além do CJ Fashion, o Grupo acaba de lançar o CJ ConciergeE. O CJ Concierge reúne os serviço adicionais disponíveis no shopping, como a área de alimentação e restaurantes e de livrarias, por exemplo. Por meio dessa plataforma o cliente pode fazer o pedido de qualquer item do shopping. “Nem tudo o que a gente tem no shopping é possível plugar no CJ Fashion”,diz Alonso. “Por isso pensamos em criar o CJ Concierge, assim colocamos todo o shopping ao alcance do cliente.” Segundo Arakelian, especialista em marketing, a estratégia é bastante acertada. “Quanto maior a diversidade de canais e serviços adicionais o shopping oferecer, mais ele se torna atrativo para os lojistas e para o consumidor e, ao mesmo, tempo fortalece sua marca.”