Em janeiro deste ano, a representante de vendas Thais Maria Valadão de Freitas descobriu que não conseguiria pagar todas as despesas e decidiu empurrar algumas delas para fevereiro. De fevereiro, empurrou outras para março, que prejudicaram abril, maio…

Em setembro, já no rotativo do cartão de crédito e do cheque especial, a solução foi refinanciar o carro. “Troquei um monte de contas por uma só, do financiamento do carro” conta. “Peguei R$ 35 mil e paguei as contas. A taxa é de 2,63% ao mês. É alta, mas menor que um crédito pessoal no banco.”

O problema de Thaís que, agora, em janeiro de 2019, o problema se repetiu. Casada, com quatro filhos (três deles em escola particular e uma em universidade, também privada), ela trabalha praticamente quatro semanas do mês para bancar as contas ordinárias.

Em janeiro, o cálculo realizado pela ONG Bem Gasto informa que serão necessárias cinco semanas de trabalho para dar conta das despesas de início de ano. “Não vou ter como pagar. Estou pensando em cortar alguns gastos, dividir o IPVA, dispensar a empregada… Vou ter de pensar no que fazer”, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.