Ouça um resumo da reportagem sobre a volta da Intelig

 

No final de março, os consumidores de São Paulo foram surpreendidos com uma oferta de telefonia fixa e de banda larga através da rede de energia elétrica feita pela Intelig. Para quem não se lembra, a Intelig é a operadora de longa distância criada em 2000 para competir com a Embratel, no modelo de privatização idealizado pelo então ministro das Comunicações Sérgio Motta.

 

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“A Intelig vai ser a grande alternativa aos monopolistas de mercado, como era o plano inicial da empresa”

Luca Luciani, presidente da TIM

Quase falida e abandonada pela briga dos sócios, a companhia foi resgatada pela empresa de telefonia celular TIM, no final do ano passado. Agora, 100 dias depois da incorporação, ela está sendo religada pela sua nova controladora. ?A Intelig vai ser a grande alternativa aos monopolistas de mercado, como era o plano inicial da empresa?, declarou Luca Luciani, presidente da TIM, quando o negócio foi concluído, em dezembro de 2009. 

 Dos grandes grupos de telecomunicações do Brasil, a TIM era a única que não tinha um braço de telefonia fixa. Com isso, os seus concorrentes (Vivo/Telefônica, Oi e Embratel/Claro/NET) oferecem aos clientes pacotes convergentes, chamados no jargão técnico de ?triple play?, que incluem serviços de voz, banda larga e tevê por assinatura.

?Estrategicamente, a união é importante para as duas empresas?, diz o ex-ministro das Comunicações e sócio da Orion Consultores, Juarez Quadros. Mais: para atuar nacionalmente, a TIM alugava 65% de sua infraestrutura de telecomunicações. Uma conta cara, que agora vai se inverter.  Estima-se que o uso da rede da Intelig, que está presente em 18 capitais e conta com uma malha de fibra óptica de 16,2 mil quilômetros, gere uma economia anual de R$ 250 milhões aos cofres da operadora italiana.

 O que esperar, agora, da Intelig controlada pela TIM? ?Ela vai poder oferecer o grande filé mignon do mercado: a banda larga?, acredita o consultor de telecomunicações, Virgílio Freire. As duas companhias também terão mais força para atender o mercado corporativo, com a combinação de telefonia fixa, móvel e banda larga.  ?A Intelig era muito forte no segmento empresarial?, afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.   

Os consumidores devem também observar o retorno do número 23, o código para ligações interurbanas e internacionais da Intelig, ainda fixado nas mentes das pessoas, graças a campanhas publicitárias estreladas por personalidades como Adriane Galisteu, Deborah Secco e Letícia  Spiller. ?A marca é boa e não está desgastada?, avalia Freire.

Mesmo sumida e sem investimentos, a Intelig faturou R$ 700 milhões em 2009. Em três anos, o objetivo da TIM é triplicar esse valor. O primeiro passo para atingir esse objetivo foi dado em São Paulo, com o lançamento do pacote batizado de InteligCombo. Ele inclui banda larga, ligações gratuitas e ilimitadas para celulares TIM e telefones fixos da Intelig, além de chamadas DDD por R$ 0,10 o minuto. Detalhe importante: essa é a primeira oferta comercial do Brasil que transmite voz e dados pela rede elétrica. Um sinal de que a TIM resolveu ligar, literalmente, a Intelig na tomada.