“Competição com cooperação.” O lema do presidente da TIM Brasil, Pietro Labriola, vai fazer toda a diferença no provável processo de aquisição da Oi. A companhia de origem italiana se uniu à Telefônica (Vivo) para negociar, em conjunto, a compra das operações da Oi. Se o negócio for concluído, a telefonia móvel ficará concentrada em três grandes operadoras – a Claro, a Vivo e a TIM. A Oi ficaria apenas com banda larga fixa, TV por assinatura e telefonia fixa. As duas companhias manifestaram ao intermediador do grupo Oi, o Bank of America Merrill Lynch, o “interesse em iniciar tratativas com vistas a uma potencial aquisição, em conjunto, do negócio móvel da Oi, no todo ou em parte”. Em recente entrevista à DINHEIRO, Labriola demonstrou ter grande interesse em comprar a Oi, caso o ativo se mostrasse interessante para a companhia. “Para ser muito transparente, em qualquer momento que um ativo estiver disponível para compra no mercado, tenho que avaliar se o negócio pode gerar valor a todos os meus acionistas. Uma vez que estiver formalizada essa possibilidade, tenho obrigação de avaliar”, disse o executivo. Desde 2012, TIM e Oi já mantêm um acordo de compartilhamento de infraestrutura em frequências no 4G. A TIM também negocia com a Vivo uma parceria para compartilhar as mesmas torres em cidades com menos de 30 mil habitantes. A Oi, maior operadora de telefonia fixa do Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2016 para reestruturar aproximadamente R$ 65 bilhões de dívida. Em julho do ano passado, a companhia divulgou planos para levantar até R$ 7,5 bilhões com a venda de ativos não essenciais – incluindo torres, centrais de processamento de dados, imóveis e sua fatia de 25% na angolana Unitel. O edital do leilão do 5G, em que será licitada a faixa de 3,5 GHz, já considera o cenário de apenas três grandes operadoras na telefonia móvel.

(Nota publicada na edição 1162 da Revista Dinheiro)