O TikTok tenta levar sua disputa com Donald Trump para o terreno das liberdades e do respeito à Constituição dos Estados Unidos durante uma audiência nesta quinta-feira (24), enquanto o aplicativo segue sob ameaça de ser banido pelo presidente americano.

O app, de propriedade da empresa chinesa ByteDance, pediu a um juiz americano que suspendesse a ordem de proibição do governo Trump a partir de domingo.

Em audiência perante um tribunal federal de Washington, a rede social apresentou uma moção, na qual afirma que sua proibição não atende à Constituição dos Estados Unidos.

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Também destaca a importância da plataforma nos debates democráticos na corrida para as eleições de 3 de novembro nos Estados Unidos.

“A mistura de entretenimento leve e humor oferecido pelo aplicativo permitiu o crescimento inicial do TikTok. Mas hoje o TikTok se tornou um fórum para todas as expressões políticas”, afirmam os advogados da empresa na ação.

“Muitos criadores de conteúdo usam nosso aplicativo para expressar sua solidariedade aos movimentos sociais, expressar suas preferências políticas, ou apoiar candidatos (…) com audiências de milhões de pessoas”, apontam.

O Tiktok, assim como alguns desenvolvedores, usuários e especialistas, acredita que Trump tem atacado o aplicativo, porque os jovens são seu principal público e porque facilitou sua participação em ações políticas espontâneas contra o presidente, incluindo um recente comício importante.

O presidente sempre tentou controlar melhor as redes sociais, mas nos últimos meses as acusou de censura de seu campo político.

No último sábado, o Departamento de Comércio americano adiou para 27 de setembro a proibição de download do popular aplicativo nos Estados Unidos. Inicialmente, a medida estava prevista para entrar em vigor no domingo passado, 20.

Uma proibição total das atividades do TikTok em solo americano poderia entrar em vigor a partir de 12 de novembro.

Para evitar isso, Trump exige que o TikTok passe suas operações nos Estados Unidos para o controle de empresas do país.

“Se as proibições não forem suspensas, os danos causados aos demandantes serão irreparáveis”, escreve a plataforma no expediente judicial.

A rede social rejeita a acusação de Trump de que espiona para a China, coletando dados entre seus usuários.

“Como demonstraram as declarações pouco claras e contraditórias do presidente e de outras autoridades nos últimos meses, as proibições não foram motivadas por preocupações genuínas de segurança nacional, mas sim por considerações políticas relacionadas às próximas eleições gerais”, disse o TikTok.