Como surgiu a ideia de uma gestora focada nos mercados globais?
Sou próximo de dois ex-sócios da XP, o Pedro Silveira, que foi CEO da XP Internacional, e o Fábio Isaack. Nos conhecemos há 15 anos e temos em comum esse olhar global sobre o mercado. Há vários anos estamos convencidos da necessidade de o investidor brasileiro diversificar mais suas aplicações e olhar para o mercado global. No ano passado resolvemos empreender. Nossa gestora, a Upon Global Capital, tem um fundo macro, com as características de um “hedge fund” internacional.

Qual a estratégia?
O fundo Upon Global Macro é um fundo brasileiro, com cotas em reais, mas com abrangência global. Fazemos apostas direcionais em juros, moedas, commodities e índices de ações de países tanto desenvolvidos quanto emergentes.

Por que essa diversificação?
Nossa avaliação é que temos mais oportunidades com a diversificação além das fronteiras. Sou o primeiro a reconhecer que no Brasil há gestores excelentes, que conseguem oferecer bons produtos fazendo isso. Porém, seguir estratégias que incluam apenas ativos brasileiros é um fator de limitação.

Por quê?
Por dois motivos. O primeiro é a correlação elevada entre os ativos brasileiros. O segundo é o porte do mercado. Quando um fundo fica grande demais, as limitações da liquidez acabam dificultando, ou mesmo impedindo, a colocação de algumas estratégias em prática. O mercado global é muito mais amplo e não há essa limitação.

No que o fundo está investindo agora?
Temos uma carteira diversificada. Um ponto em comum é nossa percepção de que o processo de enxugamento da liquidez global pelos principais bancos centrais não acabou e ainda não está completamente precificada pelo mercado. Ou seja, há oportunidades a serem exploradas.

É um fundo de varejo?
Sim. A aplicação mínima é de R$ 1 mil, e cobramos uma taxa de administração de 2% ao ano e uma taxa de performance de 20% do que superar o CDI. O fundo já está disponível nas principais plataformas. Porém, como é um produto recente, é preciso esperar seis meses para poder divulgar as cotas, algo que deve ocorrer em meados de maio.

O PESO DOS TIJOLOS

Levantamento da empresa de informações financeiras Quantum Finance mostrou que o desempenho dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) durante 2021 foi bastante irregular devido às fortes oscilações das taxas de juros. Os fundos dedicados a títulos apresentaram os melhores desempenhos, ao passo que os FII dedicados a ativos físicos em geral tiveram prejuízos. Os mais prejudicados foram os fundos de fundos, seguidos pelos fundos dedicados a lajes corporativas.

EM ALTA
5,60% 

É a estimativa mais recente do mercado financeiro para a inflação de 2022, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, segundo a edição do Relatório Focus divulgada na quarta-feira (2). Na edição anterior, o número era apenas levemente inferior, de 5,56%. No entanto, a primeira projeção do mercado neste ano era de 5,03%. Os prognósticos para a inflação vêm subindo devido à alta dos preços do petróleo e das commodities no mercado internacional.

EM BAIXA
0,5 ponto 

Foi a queda do Índice de Confiança Empresarial (ICE) em fevereiro, para 91,1 pontos. Foi o menor nível desde os 89,6 pontos de abril de 2021, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira (25). O ICE considera quatro setores: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. A confiança do setor de Serviços cedeu 2,0 pontos, acumulando perdas de 10 pontos em quatro meses. A da indústria cedeu 1,7 ponto em fevereiro e 12 pontos nos últimos sete meses, ao passo que a confiança do Comércio e a da Construção avançaram.