Em reportagem publicada nesta sexta-feira (8), o jornal inglês The Guardian denunciou a doação de dinheiro oriundo de empresas de fachada para a posse do presidente americano Donald Trump, que arrecadou um valor recorde de US$ 107 milhões. O objetivo da prática foi mascarar os doadores, todos estrangeiros e sem residência nos Estados Unidos. Segundo a lei do país, só podem doar para campanhas (ou eventos ligados a política) seus cidadãos ou imigrantes que morem lá.

A reportagem apurou que três firmas obscuras realizaram doações no valor de US$ 25 mil cada. Uma veio de uma empresa do estado americano de Delaware ligada Cyrus Vandrevala, a um indiano do mercado financeiro que vive em Londres. Ele detém diversos empreendimentos na Índia – onde Trump é dono de prédios de luxo – e é filho do Niranjan Hiranandani, um dos homens mais ricos do mercado imobiliário indiano. Cyrus e sua mulher estiveram na cerimonia de posse e encontraram Trump para um café da manhã, segundo o jornal Asian Lite

A outra empresa que realizou a doação está sediada no estado da Georgia e é ligada ao lobista taiwanês David Sean. Segundo a reportagem, sua mulher, Joann, disse que a empresa foi criada para três investidores chineses, porém David negou a afirmação e disse se recusar a trabalhar com comunistas chineses, e que seu objetivo de vida era recuperar o trilhões roubados pela China para devolver ao setor de manufatura dos Estados Unidos.

A terceira doadora está no estado de Nova York, e é ligada ao israelense Elon Lebouvich, que trabalha no mercado imobiliário da região. Em uma conversa por telefone, ele afirmou que o dinheiro foi usado para comprar dois ingressos para a cerimonia de posse.

Procuradores dos estados de Nova York e advogados gerais de Washington DC e Nova Jersey já entraram  com pedidos para ter acesso a dados e gravações sobre as questões da cerimonia de passo.