Um estudo realizado na Universidade de Londres, apontou que testes de visão simples podem prever quais pessoas com doença de Parkinson desenvolverão comprometimento cognitivo e possível demência até 18 meses depois.

O estudo acrescenta evidências de que as mudanças na visão precedem o declínio cognitivo que ocorre em muitas, mas não em todas as pessoas com Parkinson. Em outro estudo, a mesma equipe de pesquisa descobriu que as conexões estruturais e funcionais das regiões do cérebro ficam desacopladas em todo o cérebro em pessoas com doença de Parkinson, particularmente entre pessoas com problemas de visão.

+ Vacina da Pfizer protege contra variante britânica do coronavírus, diz estudo
+ Polarização política provocou aumento de mortes por covid, diz estudo

Os dois estudos juntos mostram como as perdas e mudanças na fiação do cérebro estão por trás do prejuízo cognitivo experimentado por muitas pessoas com doença de Parkinson.

Os pesquisadores estudaram 77 pessoas com doença de Parkinson e descobriram que testes simples de visão previram quem teria demência depois de um ano e meio. A demência é um aspecto comum e debilitante da doença de Parkinson, que afeta aproximadamente 50% das pessoas em até 10 anos após o diagnóstico de Parkinson.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas com doença de Parkinson exibiam um maior grau de desacoplamento em todo o cérebro. As áreas na parte posterior do cérebro, e as áreas menos especializadas, tiveram maior dissociação nos pacientes com Parkinson.

Os pacientes de Parkinson com disfunção visual tiveram mais desacoplamento em algumas, mas não em todas as regiões do cérebro, particularmente nas regiões relacionadas à memória no lobo temporal.

A equipe de pesquisa também encontrou mudanças nos níveis de alguns neurotransmissores (mensageiros químicos) em pessoas em risco de declínio cognitivo, sugerindo que os receptores para esses transmissores podem ser alvos potenciais para novos tratamentos medicamentosos para a demência de Parkinson. Notavelmente, embora a dopamina seja conhecida por estar envolvida no Parkinson, os pesquisadores descobriram que outros neurotransmissores – acetilcolina, serotonina e noradrenalina – foram particularmente afetados em pessoas com risco de declínio cognitivo.