Um advogado da Casa Branca, suspeito de estar envolvido no escândalo ucraniano, recusou-se a depor nesta segunda-feira (4) diante da comissão do Congresso que investiga o presidente Donald Trump, em um dia em que outras três testemunhas devem ignorar também a convocação para falar sobre o caso.

John Eisenberg, um assessor de Segurança Nacional de Trump, não atendeu a intimação para comparecer perante três comissões da Câmara dos Deputados, um novo sinal de resistência da Casa Branca em um momento em que os democratas tentam avançar com a investigação, levando-a a uma fase pública.

Trump disse nesta segunda que acreditava que não havia razões para as testemunhas responderem às perguntas dos investigadores, em particular aquelas relacionadas à ligação telefônica que fez para o presidente da Ucrânia.

“Não há nenhuma razão para convocar testemunhas para analisar minhas palavras e seu significado. Essa é outra farsa dos democratas com quem eu tenho que lidar desde o dia em que fui eleito”, afirmou o presidente americano.

Eisenberg está supostamente envolvido no contato telefônico entre os dois dirigentes, em 25 de julho.

Pelo menos quatro funcionários da divisão de segurança nacional expressaram preocupação a Eisenberg sobre a maneira como Trump estava vinculado a seu colega ucraniano, antes da ligação e imediatamente depois, informou o jornal The Washington Post no mês passado.

Os investigadores tentam ter mais acesso às autoridades cientes dos supostos esforços de Trump para pressionar a Ucrânia a investigar um de seus principais adversários nas eleições presidenciais de 2020, o ex-vice-presidente democrata Joe Biden, favorito entre os pré-candidatos que disputam a indicação do Partido Democrata.

Robert Blair, um assistente do presidente e um importante consultor do chefe de gabinete, também não havia comparecido para depor.

Os outros dois convocados para serem ouvidos pelos investigadores são o conselheiro Michael Ellis e Brian McCormack, um assessor de energia do gabinete de orçamento da Casa Branca.

O escândalo sobre as supostas pressões contra a Ucrânia estourou quando uma denúncia anônima de um funcionário dos serviços de inteligência se tornou pública em setembro.