O primeiro voo do foguete concebido para levar astronautas até Marte, o Starship, da empresa aeroespacial SpaceX, foi cancelado. A companhia havia confirmado o lançamento para ontem, a partir das 9 horas, mas 15 minutos antes do lançamento (às 10h05), após os tanques terem sido abastecidos, a espaçonave detectou um problema de pressurização em um dos lançadores.

Para coleta de dados, a empresa manteve todos os testes no chão mesmo sem o voo. Uma nova data ainda não foi confirmada, mas a janela de lançamento é de, no mínimo, 48 horas. O dono da empresa, o bilionário Elon Musk, afirmou que uma nova tentativa será feita em alguns dias.

O primeiro voo orbital do foguete é essencial no plano do bilionário Musk para iniciar a colonização do planeta Marte. A ideia é que ele possa levar astronautas tanto para a Lua quanto para o planeta vermelho.

A confirmação da permissão de voo foi dada pelas autoridades na sexta-feira passada. Em maio de 2021, um protótipo da Starship fez lançamentos e pousos bem-sucedidos. Para isso, foram necessárias quatro tentativas que acabaram em explosões, posteriormente investigadas pelas autoridades. Segundo Musk, a SpaceX planeja produzir cinco foguetes Starship neste ano. Ele tem 120 metros de altura e capacidade para transportar até 100 pessoas.

Objetivo do lançamento

Nessa primeira missão, o Startship não levará passageiros nem carga. O objetivo do lançamento, agora, é testar os motores e a capacidade de fazer um pouso controlado.

“Não estou dizendo que vai entrar em órbita, mas garanto emoção. Então, não vai ser chato”, disse Musk, em uma conferência do Morgan Stanley, em março. “Então, acho que temos, com sorte, cerca de 80% de chance de atingir a órbita neste ano. Provavelmente, levará mais alguns anos para alcançar a reutilização completa e rápida.”

O lançamento do Starship será feito em uma base da SpaceX na Vila de Boca Chica, no sul do Texas, nos EUA.

Como deve ser

No lançamento, a Starship deve se desprender da base principal, que vai ser recuperada pela equipe, segundo a SpaceX. Após o movimento, o foguete segue ganhando altitude até seu destino final. O sistema é parecido com o usado pelo foguete Falcon 9, que colocou em órbita de forma inédita civis, em 2021.

Os motores funcionam por seis minutos, dois no ar e quatro na volta para a Terra e, em futuros lançamentos, eles poderão ser reutilizados em até três lançamentos por dia, de seis em seis horas.

Inicialmente, o Starship deve ser usado em missões na órbita da Terra e da Lua. O plano audacioso de Musk prevê usar o foguete para criar um mercado de turismo espacial. Uma viagem ao planeta Marte deve custar até US$ 60 milhões (por volta de R$ 295 milhões).

Assim como outros foguetes da SpaceX, o Starship foi projetado para ser reutilizável, o que reduz consideravelmente os custos de missões espaciais. O novo foguete foi feito para ser disparado pelo Super Heavy, um lançador gigante que compõe grande parte do tamanho total de 120 metros do Starship.

Musk falou sobre as dificuldades que a SpaceX enfrentou no desenvolvimento dos motores. Ele citou, por exemplo, problemas com o derretimento dentro das câmaras de propulsão dos motores devido ao calor intenso.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.