O Tesouro Nacional em mensagem divulgada previu que a dívida bruta do governo está numa trajetória crescente e vai atingir o pico em 2022 alcançando 80,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Para 2019, a previsão é que o endividamento vai subir de 77,3% para 78,2% do PIB.

As previsões levam em conta uma estimativa de crescimento do PIB de 2,5% em 2019 e 2,4% em 2020. A previsão de inflação (IPCA) usada nas projeções foi de 3,9% em 2019 e 4% em 2020.

Os dados constam no Plano Anual de Financiamento (PAF), documento que estabelece as metas e diretrizes para a gestão da dívida pública.

Na mensagem do documento, o Tesouro reforçou que é fundamental que haja avanços na agenda de reformas para impactar positivamente os indicadores fiscais e, consequentemente, as condições econômicas do país.

“Esse cenário favorecerá a dinâmica do endividamento, permitindo que se obtenha uma trajetória sustentável”, destaca o Tesouro, completando: “As reformas estruturais são urgentes para reverter o crescimento dos gastos obrigatórios.”

Para o Tesouro, o ano de 2019 representará mais um passo na consolidação fiscal do governo federal. O órgão defendeu a compreensão da sociedade quanto à importância do equilíbrio das contas públicas.

No PAF, o Tesouro destacou que busca o equilíbrio em sua atuação para evitar “flutuações agudas” de curto prazo que possam afetar o funcionamento do mercado financeiro e reforçou que não vai interferir na tendência de reprecificação de ativos.

Papéis

A parcela de títulos prefixados na dívida pública federal (DPF) subiu de 32,86% em novembro para 33,03% em dezembro de 2018, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Em dezembro 2017, essa fatia era de 35,34%.

Os papéis atrelados à Selic aumentaram levemente a fatia, de 35,40% em novembro para 35,51%. Em relação a 2017, houve um aumento na participação desses papéis, considerados mais voláteis – esse porcentual era de 31,51%.

Os títulos remunerados pela inflação caíram para 27,72% do estoque da DPF em dezembro, ante 27,46% em novembro – a participação era de 29,55% em 2017. Já os papéis cambiais reduziram a participação na DPF de 4,02% em novembro para 4,00% no mês passado, um aumento em relação a 2017, quando encerrou o ano em 3,60%.

Todos os papéis encerraram 2018 dentro das metas do Plano Anual de Financiamento (PAF) para o ano passado, que foi revisto em setembro do ano passado, em meio à instabilidade no mercado financeiro. O intervalo do objetivo perseguido pelo Tesouro para os títulos prefixados em 2018 era de 32% a 36%, enquanto os papéis remunerados pela Selic deveriam ficar entre 33% a 37%. No caso dos que têm índices de preço como referência, a meta também era de 27% a 31% e, no de câmbio, de 3% a 7%.