Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) – O Tesouro Nacional se prepara para retomar emissões externas de títulos públicos com a criação de papeis vinculados a compromissos ambientais, disse nesta quinta-feira o secretário do órgão, Rogério Ceron, ponderando que não há definição sobre o momento para fazer esse lançamento.

Em entrevista à imprensa, Ceron disse que o momento da colocação dependerá de decisão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que a ideia é que isso seja feito ainda em 2023.

“Caso ela venha a ocorrer este ano, tem um papel importante de sinalizar de que o compromisso ambiental brasileiro está se tornando concreto”, disse.

O secretário afirmou que os títulos precisarão ter contrapartidas, com vinculação a projetos verdes, de agricultura sustentável ou transição energética.

Como outro fator positivo, Ceron disse que esses papeis servirão para guiar futuras emissões em modelos similares pelo setor privado.

Mais cedo nesta quinta-feira, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luís Felipe Vital, já havia afirmado que o Brasil espera retornar ao mercado de títulos externos com uma venda de papeis relacionados a preocupações ambientais.

O Tesouro anunciou no início de 2021 que estava se preparando para o lançamento de títulos com o selo ESG, mas não se comprometeu com prazos. Na ocasião, a política ambiental do então presidente Jair Bolsonaro sofria fortes críticas no mundo.

Em 2022, o governo brasileiro não fez nenhuma emissão externa de títulos públicos. A última colocação ocorreu em junho de 2021. Naquele ano, o volume emitido foi de 2,3 bilhões de dólares, após lançamentos de 6 bilhões de dólares em 2020.

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