Na última reunião ministerial de seu governo, o presidente Michel Temer fez piada com a própria popularidade e os percalços de fim de governo. “Vou mandar servir um café, para os senhores verem que ele continua quente”, brincou.

Logo no início do discurso, ele ressaltou a virada no resultado da economia. Lembrou que sua equipe assumiu o comando do País com um Produto Interno Bruto (PIB) negativo de 5,4%. Ao final de 2016, o resultado ainda continuava negativo, mas num patamar menor: 3,6%. E, em 2017, o dado já foi positivo em 1%.

“Este ano teremos um PIB positivo, sem embargo a greve dos caminhoneiros que, convenhamos, temos de apontar esse dado como um que dificultou um PIB muito maior, que poderia chegar a 3% ou 3,2%”, disse.

Temer ressaltou que, fora a greve dos caminhoneiros, houve poucas greves e protestos em seu governo. “Havia uma manifestação política que eu até vou sentir muita falta, do ‘fora Temer'”, disse. “Quando falava ‘fora Temer’, quer dizer que eu estava dentro. Agora, estarei fora mesmo.” O presidente acusou “parte da imprensa” de tentar derrubá-lo.

O presidente frisou que sua popularidade “aumentou 100%”, passando de 4% para 8%. Em contraponto, citou pesquisa da XP segundo a qual 78% do mercado aprova o governo, e outros 18% dos pesquisados o consideram regular. Os dados, disse Temer, estão dissonantes com as taxas de popularidade, mas já estão no mercado. Em “brevíssimo” tempo, afirmou ele, chegarão ao conhecimento de todos. “E isso vai resultar na formulação da verdade.”

Para Temer, os protestos populares foram poucos por causa de medidas adotadas pelo seu governo. Ele citou como exemplo o “abril vermelho” de ocupação de terras. Segundo avaliou, o movimento não ocorreu porque seu governo distribuiu 230 mil títulos de regularização fundiária. Além disso, o governo comprou R$ 300 milhões em alimentos de produtores familiares para a alimentação do Exército.

Entre os resultados de seu governo, O presidente ressaltou a queda da inflação e dos juros, pelos quais agradeceu ao presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ao ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e a toda a equipe econômica.