Alguns países adotaram a aplicação de uma terceira dose da vacina ou uma dose de reforço contra o corononavírus, principalmente após o avanço da variante Delta. São os casos de Israel, Hungria, República Dominicana, Chile, Uruguai, Emirados Árabes, Chile e Indonésia. O assunto divide especialistas. Cada país tem adotado diferentes orientações sobre a dose de reforço.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda a aplicação da dose de reforço em idosos com mais de 80 anos e imunossuprimidos vacinados com a CoronaVac. O governo brasileiro planeja dar a dose de reforço para todos os imunizantes somente após estudos e disponibilidade de doses suficientes para o ciclo de vacinas.

Em Israel, a terceira dose da vacina da Pfizer melhorou significativamente a proteção a infecções e os casos graves de Covid-19 entre pessoas com 60 anos ou mais em comparação com aqueles que receberam duas doses. Uma terceira dose para maiores de 60 anos ofereceu cinco a seis vezes mais proteção após dez dias em relação a doenças graves e hospitalização. A proteção contra infecção após dez dias da terceira dose foi quatro vezes maior do que após duas doses.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, há uma diferença entre a terceira dose e a dose de reforço. Se a pessoa foi imunizada há mais de 6 meses, a dose adicional é considerada como um reforço para a imunização. A aplicação da terceira dose acontece para complementar o esquema vacinal de pessoas idosas ou imunodeprimidas, que respondem com mais dificuldade à vacinação no esquema comum de duas doses no tempo definido pela bula.

“Eventualmente, pode-se observar, ao longo do tempo, que a resposta imune decai. Para as pessoas que completaram o esquema de vacinação, mas ao longo do tempo os níveis de resposta foram caindo, essas pessoas receberiam um booster (reforço) para novamente estimular o sistema imune e retornar o sistema às respostas aos níveis observados no esquema original de vacinação”, explica o diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, Luiz Reis.

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O Ministério da Saúde está estudando a necessidade de uma dose de reforço para pessoas que tomaram a CoronaVac há mais de 6 meses. A Pfizer também está fazendo um estudo no Brasil para avaliar a necessidade da dose de reforço para quem já tomou a vacina. A Anvisa autorizou a AstraZeneca a realizar o mesmo estudo.

A Anvisa quer entender se e quando estas doses serão necessárias, além de saber como pode impactar o esquema de imunização em andamento no país.