Os juros futuros prosseguiram em alta firme do início ao término da sessão regular desta quinta-feira, 7. Após, na quarta-feira, 6, o fechamento de questão para apoio à reforma da Previdência por parte do PMDB e PTB ter dado alguma esperança em torno da definição de uma data para a votação, o ceticismo voltou ao dia seguinte com força às mesas de operação, com os investidores já mais pessimistas sobre a possibilidade de a reforma sair este ano. O leilão de títulos prefixados foi apontado como mais um fator de pressão sobre as taxas. E, em função desse mau humor, a reação ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) foi abafada.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 passou de 7,04% para 7,06% e a do DI para janeiro de 2020, de 8,27% para 8,34%. A taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,18% para 9,27% e o DI para janeiro de 2023, de 10,04% para 10,15%.

Com o fechamento de questão dentro do PMDB, a expectativa do mercado era de que, após o jantar da quarta do presidente Michel Temer com lideranças políticas no Palácio do Alvorada, já haveria condições para definir que a votação na Câmara seria na próxima semana, como vinha sendo cogitado pelos líderes. Mas como isso não ocorreu a leitura do mercado é de que o governo segue com dificuldades em conseguir os 308 votos.

Após o jantar, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), disse que a votação pode “eventualmente” acabar ficando para a última semana do ano legislativo – 18 e 22 de dezembro.

O deputado ressaltou que o governo conta ainda com 15 dias corridos para votar a reforma e que, dentro desse período, o trabalho para virar os votos será intenso. Mansur reafirmou o placar de 260 votos a favor até agora, mas ressaltou que esse número contabiliza indicações feitas pelos partidos até a quarta. Segundo ele, alguns partidos ainda ficaram de entregar seu placar.

Sobre o Copom, a decisão de cortar a Selic em 0,50 ponto porcentual para 7,00% estava bem precificada, mas havia alguma incerteza sobre a sinalização para o encontro de fevereiro. E, pelo comunicado, o mercado entendeu que haverá pelo menos mais uma redução, desta vez de 0,25 ponto porcentual, o que exigiria ajustes para baixo na curva curta, uma vez que alguns players trabalhavam com o cenário de que o corte de quarta seria o último do ciclo. Porém, os juros curtos acabaram ficando estáveis, contaminados pelo mau humor generalizado.