Militantes favoráveis à junta militar armados com facas enfrentaram nesta quinta-feira (25) moradores de Yangon, em um aumento da tensão após semanas de protestos contra o golpe de Estado em Mianmar.

Centenas de partidários dos militares saíram às ruas no centro da maior cidade do país e exibiram faixas com frases como “Apoiamos nossas forças de defensa”.

As autoridades permitiram o acesso ao emblemático pagode Sule, local importante que nos últimos dias permaneceu isolado por barricadas para impedir a aproximação dos manifestantes pró-democracia.

Os moradores da área começaram a bater panelas, uma ação que virou o símbolo de resistência ao golpe de Estado, para protestar contra a manifestação pró-militar.

Ao meio-dia foram registrados confrontos nas proximidades da estação central de trens de Yangon.

Partidários do exército – alguns armados com facas, tubos e estilingues – atacaram os moradores que vaiavam a manifestação.

Superando em número os defensores da junta militar, os moradores responderam e conseguiram deter alguns deles, que estavam com cassetetes, navalhas e estilingues, contou à AFP Aung Zin Lin, de 38 anos, que mora na área do protesto.

Quando a polícia chegou ao local, mulheres e crianças deram as mãos e formaram um escudo humano, para evitar que as forças de segurança tentassem deter moradores do bairro.

Em outro ponto da cidade, no campus da Universidade de Yangon, estudantes organizaram uma manifestação pacífica e exibiram bandeiras da Liga Nacional para a Democracia, o partido de Aung San Suu Kyi.